Segundo o FBSP "a polícia é "nada ou pouco confiável." Segundo o IBOPE 52% da população confia nela.

G1 - 23/11/2011 
"Em levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou, 65% dos entrevistados no Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Bahia e Rio de Janeiro disseram que a polícia é "nada ou pouco confiável". A mesma opinião foi registrada por 51% dos consultados sobre o Judiciário.

Os dados fazem parte da 5ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e foram apresentados nesta quarta-feira (23) em Brasília durante a 2ª Conferência do Desenvolvimento (Code), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O documento aponta queda de 2,1% no número de homicídios no país de 2010 para 2009. Segundo o secretário executivo do fórum, Renato Sérgio de Lima, o dado seria ótimo se não houvesse precariedade na captura e armazenamento de dados de segurança pública em muitos estados."Não é uma redução efetiva, por causa do problema de cobertura de informações."

O documento também destaca crescimento de 33,5% dos investimentos da União com segurança pública de 2010 em relação a 2009, com aproximadamente metade deles em defesa civil. O valor atingiu R$ 9,7 bilhões e superou as despesas de São Paulo no setor.

Segundo o anuário, historicamente o governo paulista realizava gastos acima do governo federal na área, que foram de R$ 7 bilhões em 2010, R$ 2 bilhões a menos que no ano anterior.
O fórum afirma ainda que os gastos com segurança pública no Brasil, incluindo as despesas dos municípios, representa 1,36% do Produto Interno Bruto nacional. O índice é superior ao da França, que é de 1,3 %. A organização destaca, porém, que as taxas de criminalidade no Brasil são muito superiores às da França.

O levantamento foi realizado a partir do cruzamento e da consolidação das informações financeiras da Secretaria do Tesouro Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda, e de dados de violência reunidos na base da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), ligada ao Ministério da Justiça, do Sistema Único de Saúde e de secretarias estaduais de Segurança Pública.

Comentário do Blog: como o Governo não tem um departamento de estatistica nacional que apure os dados sobre segurança pública, nem uma padronização que unifique os registros de ocorrências e os dados dos crimes ocorridos no Brasil, financia organização privada para realizar essas análises. A base de dados referida, como já dito pela própria Secretária Nacional, não é confiável. E a pesquisa que aponta o descrétio na polícia será confiável?

Em quem confiar? Leia notícia abaixo.


Ibope: partidos políticos e Congresso Nacional são as instituições menos confiáveis para o brasileiro. PDFImprimirE-mail
Agência Ansef
05-Oct-2011
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Em meio às denúncias de casos de corrupção que dominam o noticiário, a população brasileira indica que confia menos em partidos políticos e no Congresso Nacional do que em 16 instituições, segundo o Índice de Confiança Social, elaborado pelo Ibope Inteligência, divulgado nesta segunda-feira. A polícia, escolas públicas ou Forças Armadas, por exemplo, são mais confiáveis do que as instituições políticas. Numa escala de zero a cem, os partidos políticos obtiveram a pior nota (28), enquanto que os Bombeiros tiveram a melhor (86) pela terceira vez consecutiva.
A pesquisa é feita anualmente pelo instituto desde 2009 e tem o objetivo de acompanhar a relação de confiança da população com as organizações e pessoas de seu convívio social. Os entrevistados são perguntados tanto sobre grupos como a família e amigos quanto sobre empresas - consideradas uma "instituição" pela pesquisa. Veja os resultados da pesquisa:
A composição do índice é feita utilizando-se uma escala de quatro pontos, em que é possível o entrevistado avaliar cada ponto com "muita confiança, alguma confiança, quase nenhuma confiança ou nenhuma confiança".
Além do Brasil, o Ibope ouviu pessoas de mais três países (Argentina, Porto Rico e Chile). Por aqui, 2.002 pessoas foram entrevistadas e 18 instituições e quatro grupos sociais foram avaliados.
A instituição presidente da República obteve um índice de 66 pontos em 2009, passou para 69 em 2010 e em 2011 - primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff - caiu para 60. Embora tenha diminuído, o índice é muito superior ao do Congresso Nacional (35) e partidos políticos (28).
Com menos pontos do que os Bombeiros, em um segundo patamar, aparecem as Igrejas e as Forças Armadas, ambas com 72 pontos.
De acordo com o índice, a população brasileira está menos confiante no sistema público de saúde, nas escolas públicas e nos meios de comunicação.
O grupo social de maior confiança é a família (90), seguido de amigos (68), cidadãos do país (60) e vizinhos (59). Na análise dos três anos, a instituição sistema público de saúde foi a que apresentou maior queda (tinha 49 pontos em 2009, passou para 47 em 2010 e chegou a 41 pontos em 2011), seguida por escolas públicas (tinha 62, passou para 60 em 2010 e obteve 55 neste ano) e meios de comunicação (de 71 pontos em 2009, chegou a 67 no ano passado e agora atingiu 65 pontos)."

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Autor: Bruno Góes
Fonte: O Globo online

Nem: “Lula foi quem combateu o crime com mais sucesso por causa do PAC da Rocinha”

13 de novembro de 2011 - Ruth de Aquino - Revista Época

"...Foi uma conversa de 30 minutos, em pé. Educado, tranquilo, me chamou de senhora, não falou palavrão e não comentou acusações que pesam contra ele. Disse que não daria entrevista. “Para quê? Ninguém vai acreditar em mim, mas não sou o bandido mais perigoso do Rio.” Não quis gravador nem fotos. Meu silêncio foi mantido até sua prisão. A seguir, a reconstituição de um extrato de nossa conversa."

"Nem, líder do tráfico

UPP “O Rio precisava de um projeto assim. A sociedade tem razão em não suportar bandidos descendo armados do morro para assaltar no asfalto e depois voltar. Aqui na Rocinha não tem roubo de carro, ninguém rouba nada, às vezes uma moto ou outra. Não gosto de ver bandido com um monte de arma pendurada, fantasiado. A UPP é um projeto excelente, mas tem problemas. Imagina os policiais mal remunerados, mesmo os novos, controlando todos os becos de uma favela. Quantos não vão aceitar R$ 100 para ignorar a boca de fumo?”

Beltrame “Um dos caras mais inteligentes que já vi. Se tivesse mais caras assim, tudo seria melhor. Ele fala o que tem de ser dito. UPP não adianta se for só ocupação policial. Tem de botar ginásios de esporte, escolas, dar oportunidade. Como pode Cuba ter mais medalhas que a gente em Olimpíada? Se um filho de pobre fizesse prova do Enem com a mesma chance de um filho de rico, ele não ia para o tráfico. Ia para a faculdade.”

Religião “Não vou para o inferno. Leio a Bíblia sempre, pergunto a meus filhos todo dia se foram à escola, tento impedir garotos de entrar no crime, dou dinheiro para comida, aluguel, escola, para sumir daqui. Faço cultos na minha casa, chamo pastores. Mas não tenho ligação com nenhuma igreja. Minha ligação é com Deus. Aprendi a rezar criancinha, com meu pai. Mas só de uns sete anos para cá comecei a entender melhor os crentes. Acho que Deus tem algum plano para mim. Ele vai abrir alguma porta.”

Prisão “É muito ruim a vida do crime. Eu e um monte queremos largar. Bom é poder ir à praia, ao cinema, passear com a família sem medo de ser perseguido ou morto. Queria dormir em paz. Levar meu filho ao zoológico. Tenho medo de faltar a meus filhos. Porque o pai tem mais autoridade que a mãe. Diz que não, e é não. Na Colômbia, eles tiraram do crime milhares de guerrilheiros das Farc porque deram anistia e oportunidade para se integrarem à sociedade. Não peço anistia. Quero pagar minha dívida com a sociedade.”

Drogas “Não uso droga, só bebo com os amigos. Acho que em menos de 20 anos a maconha vai ser liberada no Brasil. Nos Estados Unidos, está quase. Já pensou quanto as empresas iam lucrar? Iam engolir o tráfico. Não negocio crack e proíbo trazer crack para a Rocinha. Porque isso destrói as pessoas, as famílias e a comunidade inteira. Conheço gente que usa cocaína há 30 anos e que funciona. Mas com o crack as pessoas assaltam e roubam tudo na frente.”

Recuperação “Mando para a casa de recuperação na Cidade de Deus garotas prostitutas, meninos viciados. Para não cair na vida nem ficar doente com aids, essa meninada precisa ter família e futuro. A UPP, para dar certo, precisa fazer a inclusão social dessas pessoas. É o que diz o Beltrame. E eu digo a todos os meus que estão no tráfico: a hora é agora. Quem quiser se recuperar vai para a igreja e se entrega para pagar o que deve e se salvar.”

Ídolo “Meu ídolo é o Lula. Adoro o Lula. Ele foi quem combateu o crime com mais sucesso. Por causa do PAC da Rocinha. Cinquenta dos meus homens saíram do tráfico para trabalhar nas obras. Sabe quantos voltaram para o crime? Nenhum. Porque viram que tinham trabalho e futuro na construção civil.”

Policiais “Pago muito por mês a policiais. Mas tenho mais policiais amigos do que policiais a quem eu pago. Eles sabem que eu digo: nada de atirar em policial que entra na favela. São todos pais de família, vêm para cá mandados, vão levar um tiro sem mais nem menos?”

Tráfico “Sei que dizem que entrei no tráfico por causa da minha filha. Ela tinha 10 meses e uma doença raríssima, precisava colocar cateter, um troço caro, e o Lulu (ex-chefe) me emprestou o dinheiro. Mas prefiro dizer que entrei no tráfico porque entrei. E não compensa.”"

Comentário do Blog: até os criminosos sabem qual e a solução para a violência. Mas tem especialista que acha que a polícia é culpada pela violência e insegurança social existente no Brasil. Alguns adoram mandar os policiais tocar violão, fazer teatro e tantas outras macaquices, assumindo um papel que não lhes pertence. Ao invés de serem treinados e capacitados para atuar como técnicos e especialistas na execução de suas atribuições policiais, de forma a reduzir os danos decorrentes da intervenção policial.  

"A conclusão que se impõe é que, a despeito dos avanços registrados, a situação da população negra no país continua bastante vulnerável."

20.11.2011 - "O dia da Consciência Negra, 20 de novembro, é uma data importante para lembrar a resistência de negros (as) à escravidão e, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre a inserção do (a) negro (a) na sociedade brasileira.

Para compreender e refletir como está a população negra brasileira, recentemente, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) publicou uma pesquisa intitulada A Dinâmica Demográfica da População Negra Brasileira em que analisa, com base nos dados do Censo demográfico de 2010, descrevendo a trajetória da população negra e suas componentes (fecundidade e mortalidade) comparada à branca e aponta algumas implicações para a demanda por políticas públicas. Vamos as principais constatações do estudo:

Primeiro; população branca era maior que a negra entre 1980 e 2000. Em 2010, esta situação se inverteu (97 milhões de pessoas se declaram negras e 91 milhões de pessoas se declararam brancas). Isso pode ser decorrente da fecundidade mais elevada encontrada entre as mulheres negras, mas, também, de um possível aumento de pessoas que se declararam pardas no censo de 2010. Como resultado, a taxa de crescimento da população negra entre 2000 e 2010 foi de 2,5% ao ano e a da branca aproximou-se de zero.


O desenvolvimento regional brasileiro

Segundo; o aumento da proporção de domicílios chefiados por mulheres guarda estreita relação com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Houve um aumento na participação tanto das mulheres negras quanto das brancas, mais expressivo para as últimas. Estes fatores provocaram algumas mudanças nas características dos domicílios brasileiros, alterando as relações tradicionais de gênero: mulher cuidadora e homem provedor. Um dos indicadores dessas transformações é dado pelo aumento da contribuição das mulheres para a renda das suas famílias, o que ocorreu nos dois grupos populacionais. Entre as brancas, essa passou de 32,3% para 36,1%, e, entre as negras, o aumento foi de 24,3% para 28,5%.

Terceiro; em uma comparação sobre o padrão de mortalidade por idade e causas dos dois grupos populacionais (brancos e negros), com base em informações do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde e as coletadas pelos censos demográficos. Observou-se que, entre os homens, a segunda causa mais importante de óbitos na população negra foram as externas e na branca, as neoplasias. Já a terceira causa entre os negros foram as neoplasias e entre os brancos, as externas. Dentre as externas, as agressões (homicídios) foram, em 2001, as principais causas de morte tanto na população negra quanto na branca. Em 2007, apenas entre os negros os homicídios predominaram. Um detalhe importante; esse tipo de óbito entre os negros é mais frequente entre 15 e 29 anos e é responsável por, aproximadamente, 50% do total de óbitos entre a população negra masculina.

Analisando o estudo do IPEA, pode-se observar que há o início de um processo de mudança em como as pessoas se veem. Passam a ter menos vergonha de dizer que são negras; passam a não precisar se branquear para se legitimarem socialmente. Essa mudança é um processo surpreendentemente linear, surpreendentemente claro e, ao que tudo indica, ainda não terminou.

Na medida em que o debate da identificação racial ganha as páginas dos jornais e a sociedade vê que é um tema legítimo; na medida em que negros são apresentados nas telenovelas como personagens poderosos e não apenas empregados domésticos; na medida em que negros são vistos, como por exemplo, compondo o Supremo Tribunal Federal e ocupando os mais diversos cargos na política; na medida em que o Movimento Negro sai da marginalidade e ocupa espaços no debate político, a identidade negra sai fortalecida, não é que o Brasil esteja tornando-se uma nação de negros, mas, está se assumindo como tal.

Entretanto, a mobilidade social do(a) negro(a), ou seja, sua ascensão relativa ao conjunto da sociedade, mantém-se em patamares residuais. Não houve alteração do quadro de oportunidades no mercado de trabalho, principal fonte de renda e de mobilidade social ascendente. A conclusão que se impõe é que, a despeito dos avanços registrados, a situação da população negra no país continua bastante vulnerável. O que contribui de forma significativa a melhora da população negra brasileira é o avanço da ação do Estado em termos das políticas distributivas de cunho universal atuando no sentido de combater a pobreza e a desigualdade de renda.

Tal quadro vem reforçar a necessidade de implementação de políticas dirigidas para a população negra. Políticas que, em curto espaço de tempo, possam garantir uma maior eqüidade de oportunidade e de padrão de vida.
Paulo Daniel - Carta Capital - 20 de novembro de 2011



















"Somos nós que produzimos a polícia que temos".

"A polícia somos todos nós e infelizmente temos dificuldades para ver isso, porque tal como todos os outros males e todos os outros bens não individualmente determinados, somos nós que produzimos a polícia que temos - você e eu. Somos nós, como sociedade, que produzimos a polícia que temos. Se nós nos sacralizarmos, se nós nos mitificarmos, petrificarmos no distante, no inalcançável, como sociedade, se nós somos esta sociedade para todo sempre, então teremos sempre  esta polícia. A polícia somos nós. O que significa que se queremos mudar esta instituição, se queremos transformá-la, se queremos que ela crie uma nova mentalidade, uma nova cultura, queremos que ela se afeiçoe não apenas às obrigações negativas, aos direitos, no sentido negativo; queremos que ela se afeiçoe também às obrigações positivas, às de ajuda, de salvação, de alimentação, de saúde, de educação, queremos que isso cresça como algo que está em nós, em cada um de nós e não nos outros. para isso, trazemos a sabedoria de outros países e também do Basil, porque nós queremos, humildemente, saber o que somos e aprimorar a nossa consciência enquanto relação com a nossa realidade. A conciência não é outra coisa que a sabedoria de si mesmo e da vida, onde o si  mesmo se realiza, e a sabedoria da relação do si mesmo com a alteridade. Polícia é o ponto trágico e, no mínimo, dramático da relação do homem com o outro. Se a nossa polícia não se relaciona bem com o outro é porque nós, como sociedade, não nos realcionamento bem com o outro, o que é uma verdade muito transparente e muito fácil de ser percebida." José Paulo Bisol, Anais do Seminário Internacional Polícia e Sociedade Democrática,POA,2001.

E ainda existe gente que acredita que ele não sabia de nada. Fazia muitas provocações,  mas tinha a exata noção do que estava sendo disputado. Seria bom que os empoderados de agora tenham cuidado ao tentar espezinhar sua lógica. Nosso poeta maior, Mario Quintana, já dizia: "O passado nunca conhece o seu lugar. O passado está sempre presente." 

Um discurso politicamente correto....nada mais do que isso.

A presidente Dilma Rousseff durante Encontro Iberoamericano de Alto Nível em comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes (Foto: Manu Dias/ Governo da Bahia)
(Foto: Manu Dias/ Governo da Bahia)


"Em encontro internacional sobre afrodescendentes neste sábado (19), em Salvador, a presidente Dilma Rousseff disse que a pobreza no Brasil tem a face "negra" e "feminina". Ela participou do Encontro Iberoamericano de Alto Nível, com a participação de líderes da América Latina, Caribe e África."G1

Nota do Blog: o espetáculo continua. O discurso foi adequado ao evento. A ação governamental, por outro lado, demonstra exatamente o contrário. A política que a Presidenta realiza aumentou o número de mulheres brancas em cargo de decisão. O mesmo não acontece com os negros que são raridades em seu governo, em qualquer escalão. Continuam ocupando funções subalternas porque os indicados as posições privilegiadas e de decisão sempre tem o mesmo perfil. Portanto, nada a comemorar. Não basta constatar é preciso agir, mudando. Ou não existirão negros capazes de ocupar cargos de confiança?

"E no frigir dos ovos, ao fim e ao cabo, na hora do pega pra capá, nosso governador escorrega do Palácio Piratini para ir ao Palácio dos Bandeirantes buscar estratégias contra a violência e a criminalidade dos pampas."

WANDERLEY SOARES, Jornal O SUL - Porto Alegre, Quinta-feira, 17 de Novembro de 2011.

"Ontem, li na mídia gaúcha um alentado release, habilmente transformado em entrevista, em que a personalidade central foi o governador Tarso Genro e o tema, mais ou menos principal, foi a segurança pública do Rio Grande do Sul. O primeiro ponto estranho em torno do qual tal trabalho jornalístico foi elaborado é o de que o governador recebeu seus entrevistadores não numa sala de imprensa, não no saguão do Piratini, não na Secretaria de Segurança e, muito menos, no Quartel General da Brigada Militar ou no Palácio da Polícia e, sim, numa casinha em frente à sua residência, que é o alojamento dos profissionais que fazem a sua segurança.

O segundo ponto estranho é o de que não couberam no diálogo os nomes nem, evidentemente, a visão do comandante-geral da Brigada Militar e do chefe da Polícia Civil sobre as questões de segurança abordadas. IGP (Instituto-Geral de Perícias) e Susepe (Superintendência dos Serviços Policiais), nem pensar.

Tarso abarcou tudo. O terceiro ponto, não tanto estranho e bastante concreto, que transformou o release até em manchete do jornal Zero Hora, é que o Estado vai buscar a parceria de São Paulo para armar uma estratégia contra a violência e a criminalidade no Estado. Sigam-me...

Frigir dos ovos

Há alguns anos, os profissionais de todas as áreas da segurança pública do RS vêm se aperfeiçoando na frequência de cursos realizados aqui por professores convidados, brasileiros e estrangeiros, fazem viagens pelo Brasil e pelo mundo na busca de ensinamentos em organizações policiais e universidades, convivendo com pesquisadores e com os chamados agentes da linha de frente.

A Academia da Polícia Civil e a Academia da Brigada Militar são consagradas como as melhores do País. Agora mesmo, com os estudos sobre a tal Copa, há profissionais gaúchos que rodaram o mundo, do Reino Unido a Abu Dhabi, patrocinados pelo erário ou por conta própria, e até se transformaram em conferencistas e palestrantes sobre o tema.

E no frigir dos ovos, ao fim e ao cabo, na hora do pega pra capá, nosso governador escorrega do Palácio Piratini para ir ao Palácio dos Bandeirantes buscar estratégias contra a violência e a criminalidade dos pampas. Da minha torre, nada tenho contra, mas apenas entendo isso como coisas muito estranhas."

Curiosa e surpreendente parceria. Vivendo e aprendendo!

"RS e SP discutem ações conjuntas na área da segurança pública"
O governador Tarso Genro estará em São Paulo, nesta quarta-feira (16), para uma reunião com o governador paulista Geraldo Alckmin. O objetivo do encontro de trabalho é definir a realização de parcerias e intercâmbios de cooperação na área de segurança pública, já que ambos estados possuem experiências que podem complementar a gestão pública.

Também será discutida a formação de um grupo de trabalho com especialistas de SP e RS para concretizar as ações propostas. “No tema da segurança pública, o Rio Grande do Sul possui mais semelhanças com São Paulo do que com o Rio de Janeiro, por exemplo. Aqui (no RS) e em São Paulo não existem lugares que a polícia não tem acesso e que seja necessária a retomada, pelo Estado, das áreas públicas, como acontece no Rio. Para nós, agora, é mais produtivo trocarmos experiências com as instituições de São Paulo, mesmo que a aplicação do Pronasci no Rio esteja iniciando de forma exemplar, através da consolidação das UPPs”, ressalta Tarso.

Entre os acordos que serão firmados entre RS e São Paulo estão a realização de intercâmbio entre as polícias civis para desenvolvimento de estratégias de inteligência policial e técnicas investigativas; acordo de cooperação técnica visando a integração institucional no combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro; e intercâmbio de experiências em técnicas para redução de homicídios.
Com informações do Governo do Estado

Curiosidade: será que a política de segurança pública do PT RS é igual ao do PSDB SP?

Espetacularização

Espetáculo se faz em teatros, cinemas, ginásios esportivos, estadios e em muitos outros lugares onde, de forma artística, são simuladas situações da vida real.

Uma cobertura jornalística de ações armadas entre os representantes do Estado e aqueles por ele abandonados, não deveria animar o fim de semana dos brasileiros. Não há nenhuma vitória em fazer, de forma tão tardia, uma retomada tão desigual. Toda a força armado do Estado carioca contra individuos que não foram capacitados com nenhuma técnica operacional, a não ser a de sobreviver.

A única coisa a comemorar é que o Estado, finalmente, esta cumprindo a primeira parte de suas obrigações. Para confirmar o sucesso que imagina estar tendo deverá, imediatamente, dignificar essas regiões. Se assim não agir, muito em breve poderemos descobrir que tudo não passou de apenas mais uma açao policial espetaculaizada por quem vende diversão e ficção.
     

Integração Policial no Rio de Janeiro

Enquanto os sedizentes especialistas "inventam" programas que não modificam a insegurança pública brasileira, consumindo verbas em grandes e pirotécnicos eventos que lhes garantem espaços midiáticos e emprego, o governo do estado do Rio de Janeiro, através de sua Secretaria de Segurança Pública, mostra o caminho que pode e deve ser trilhado no Brasil. 
Afirmativas sobre a culpa da polícia pela violência existente em nossas cidades vão por terra a todo momento diante de ações dessa magnitude. Basta o governo estadual ter vontade política para atuar com prioridade na questão de segurança pública (polícia), que os resultados começam a aparecer.
Os que desconhecem a área policial, mas nela se instalam para aferir ganhos políticos e financeiros com suas teses tupiniquins, frustram-se assistindo as operações de alta precisão e eficazes como essas que colocam as polícias estaduais atuando em conjunto com as polícias federal.
As teses de unificar as polícias e de ciclos completos não passam de "ações diversionistas" que não atacam a efetiva problemática da questão: a insegurança e o desconhecimento dos gestores públicos em priorizar a área de segurança.
O governo Sérgio Cabral já tem condições de exportar o vitorioso modelo de integração policial que esta sendo realizado no Rio. Os políticos brasileiros devem ir a cidade maravilhosa não para conhecer as UPPs mas para compreender de que forma esse processo de integração policial está conseguindo avançar sobre a violência e a criminalidade.
Os Nens da vida, criminosos sem recuperação, não passam de seres abandonados a seu próprio destino, portanto continuarão existinto. A retomado de área públicas há tanto tempo abandonadas pelo Estado decorre única e exclusivamente de um projeto governamental e de uma polícia que sempre quando é chamada e tratada com respeito corresponde as expectativas da sociedade. A integração é a solução. A valorização dos profissionais de polícia e sua capacitação irão garantir o controle e a redução da criminalidade. As ações sociais garantirão dignidade aos cidadãos.      

A mídia nacional tem confundido o papel da cobertura dos fatos com o protagonismo da ação.

Alguns jornalistas no afã de sairem do anonimato têm confundido "a nobre" função de informar com o desejo incontrolável de se tornar protagonista de ações que apenas deveriam testemunhar. Recordo que em período passado, quando era muito comum a ocorrência de motins em presídios, não foram poucos os jornalistas que voluntariavam-se para servir como testemunha (refém) de marginais sob o argumento de que desejavam contribuir para a solução do problema. 
Qualquer policial ao executar sua atividade deve fazê-lo com parcimônia e segurança, muito mais aqueles que se expõem em conflitos e confrontos armados. É inegável que o ímpeto e o amadorismo daqueles que não são das corporações de segurança os expõem e acaba prejudicando as ações policiais daqueles que estão no campo de batalha. 
A atividade policial é realizado por servidores que se capacitam e têm a missão de se expor para recompor o tecido social corrompido pela ação criminosa de determinados individuos. 
É injustificável que qualquer outro profissional possa ou deva estar ao lado dos policiais se expondo e tirando a atenção daqueles que, por ofício, devem fazer este enfrentamento. 
A polícia tem que proibir e cessar a exposição de seus profissionais que alimentam programas televisivos com demonstrações de suas técnicas e de operações que não lhe trazem nenhum reconhecimento, se não a satisfação comercial e de audiência para as empresas comerciais de mídia. 
Deve também manter distante de suas operações jornalistas que já dispõem de equipamentos que captam imagens a quilômetros de distância, evitando que se exponham, que prejudiquem as operações e que aumentem a violência em decorrência de ferimentos e mortes, como aconteceu nos últimos dias. 
É indiscutível que a corrida pela notícia sobre a violência não pode transformar jornalistas em policiais e, muito menos, policiais em atores de programas de televisão.
Temos assistido "apresentações" de jornalistas usando coletes a prova de balas para comprovar que nossos bairros e nossas vilas são inseguras e violentas. Ao lado de crianças, mulheres e trabalhadores, que andam sem colete, se expõem as situações de risco para serem reconhecidos e premiados por suas coberturas jornalistas. Quando são feridos se tratam como heróis.