MAIS médicos ou SEM médicos


A opção brasileira

Evidente que todos entendemos dessa questão. Não será a associação médica brasileira que irá reverter à falta de atendimento quando não o péssimo trato que nos é dedicado pela maioria dos médicos.

Tão importante à palavra e o olhar de um profissional de saúde, em especial médico, que, no desespero, até o farmacêutico experimentado orienta aos doentes e desesperados.  

Não é o enriquecimento profissional, meritório para qualquer profissional, fundamental para o exercício de qualquer profissão. Principalmente a medicina. 

Passamos a vida sendo humilhados para recebermos uma mísera consulta que dura de dois a dez minutos. Porque os médicos necessitam ter tempo para atender seus consultórios particulares ondem acumulam muita grana em pouco tempo.

Dizem que estudam muito para concluir o curso de medicina.  A maioria esquece que estuda com dinheiro público. E por este benefício não aceitam retribuir.

Finalmente um governo tem coragem de enfrentar a questão. De nada adianta instalar prédios (elefantes brancos) sem a presença de médicos que pratiquem a profissão a partir do juramento que fizeram.
 
Um texto de 2011 de Iran Silva, Blog Acidez Mental.
 
O JURAMENTO DO MÉDICO...
"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.
Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica;
Manterei o mais alto respeito pela vida humana, ..."
Em uma pequena ilha do mar Egeu, na Grécia, próximo ao litoral da Ásia Menor - a ilha de Kós - floresceu no século V a.C. uma escola médica destinada a mudar os rumos da medicina, sob a inspiração de um personagem que se tornaria, desde então, o paradigma de todos os médicos -Hipócrates.
 
A escola hipocrática separou a medicina da religião e da magia; afastou as crenças em causas sobrenaturais das doenças e fundou os alicerces da medicina racional e científica. Ao lado disso, deu um sentido de dignidade à profissão médica, estabelecendo as normas éticas de conduta que devem nortear a vida do médico, tanto no exercício profissional, como fora dele. (fonte: http://www.portaldafamilia.org/datas/medico/med003.shtml)

Nosso amigo Hipócrates, deve está  se revirando em seu túmulo, gélido e frio, ao "ver" como se comporta os médicos, mesmo depois de prestar o juramento.

Criaturas que fazem gosto em serem chamados de DOUTOR, e que deixaram de lado o humanismo pra serem parasitas do dinheiro de seus pacientes. Médicos esses que em seus plantões, dormem à sono solto, enquanto pacientes esperam agonizando em enormes filas. As enfermeiras são previamente advertidas, sobre a desculpa que vai dar aos curiosos e insistentes, que a todo custo, perguntam pelo Doutor!? -Ele está na UTI!, ESSA É A RESPOSTA.

Mentira, mentira mais deslavada. Eles estão dormindo no plantão! Os pobres usuários do caríssimo SUS, que na maioria desconhecem essa verdade, voltam ao seu lugar de martírio e esperam...

Como se não bastasse, outros Doutores, atendem seus pacientes particulares no plantão médico... Sim, e aqueles pacientes do SUS?? -Continuam esperando.

Já em seus confortáveis consultórios, cobram quantias exorbitantes pra grande maioria assalariada; -Também quem manda ser pobre??
Mas para isso, foi "inventado" o convênio. -Pelo sindicato é a metade, diz a atendente. -Quem bom. Mas, só até ser atendido. Pois são "consultas" relâmpagos, feitas no máximo em 5 minutinhos, afinal "time is money". -Doutor o que tenho? -Nada. Vou passar um remedinho, aí a gente vê como é que fica. Foi bom pra ambas as partes??... Claro que não.

Internação nos hospitais? -Só com a caução! -Aceitamos cheque... E pelo SUS? -Não tem vaga.
Ou seja, se você tem $dinheiro$, é bem atendido ou pelo menos, que tenha um plano de saúde decente...
E aí, há a contribuição inegável, do descaso dos governantes. Pagamos e repagamos, para sermos "olhados" pelo Doutor...
Foi-se o tempo que ser médico era vocação, hoje é mais uma maneira de ter status na sociedade e consequentemente posição financeira. Afinal a Bolívia é bem ali...

Não quero apregoar que os médicos sejam como São Francisco. Não, mas que sejam mais humanos. Que relembrem o juramento de HIPOCRÁTES.      Ou eles juraram assim, de dedos cruzados??

Na minha opinião, são considerados mais do que deveriam. Exemplo: PSF. Sabe de quem é o maior trabalho? -Do restante da equipe, enfermeiras, auxiliar de enfermagem, atendente, agente de saúde... Mas quando se pergunta o que fazer pra melhorar os PSFs? -Aumenta os salários dos médicos! Qual a orientação para o piso nacional? -de R$ 18.736,44, que é o piso salarial nacional definido pela FENAM para a carga horária semanal de 40 horas. -Só isso, pra um Doutor? -Não! aqui no interior oferecemos, casa, combustível e outras cositas mas... Penso que, se as prefeituras não tiverem condições de pagar, já era o PSF... (os interesses dos médicos, são conflitantes com os interesses dos pacientes)

Esses Doutores, que só atendem bem se tiver o dindin, na minha opinião, são MERCENÁRIOS. Estou exagerando? Vá na UE, no Regional e veja o cenário de descaso em que se encontram os pacientes. Velhos, crianças, gestantes, feridos... Enquanto isso, estão na SALA dos MÉDICOS, dormindo ou assistindo filmes nada convencionais... -Não, não estou inventando nada. (informação de dentro da UE...).

E ainda querem criar vantagens acadêmicas, para quem se formar e for direto para o PSF...
As autoridades, deveriam exigir como o exame da ordem. Para clinicar, tem que fazer um exame especifico. Não passou, não pode. Afinal esses Doutores, têm a vida de seres humanos em suas mãos.

Além do corporativismo da classe, alguns deixam de clinicar para serem políticos. -Deveria ser proibido. Médico é médico. Com toda desgraceira, é melhor o Doutor, que o Dr. Politico... Afinal, será menos um médico na cidade.

Recém formados se acham infalíveis. Acredito que por causa disso, há tantos erros médicos. No mês de maio, li que uma paciente foi ao hospital fazer uma endoscopia, e saiu sem um dos braços!!!!! FOI AMPUTADA. Inexplicável, tal fato. -Se o médico era novo ou velho??(experiente ou novato) -Não sei.

É por isso que por aqui, deixa-se de ir ao médico, para ir ao farmacista... Têm mais experiência...

E como se não bastasse tudo isso, da classe médica, ainda tem o agravante das péssimas condições dadas pelos gestores aos hospitais e Unidades de Emergências, que mais parecem campos de guerra, onde os contribuintes são amontoados e entregues à própria sorte. E acreditam no Divino, para que apareça uma "alma caridosa" e lhes atendam.

Em tempo. A ultima barbárie promovida por um médico está no relato de um cidadão de Palmeira dos Índios, que teve seu filhinho, morto, também, porque o médico responsável pelo SAMU de Arapiraca, não atendeu aos apelos dos companheiros de profissão, em fornecer uma UTI móvel, para leva-lo à capital do Estado... eis o relato:  http://cadaminuto.com.br/blog/bernardino.

Evidentemente, que em todas as profissões têm as suas exceções. Não quero aqui generalizar a classe médica, mas mostrar através de minhas palavras que muitas pessoas sofrem e até morrem, por conta dos que esquecem o juramento de HIPÓCRATES. 
ESTA, É MINHA OPINIÃO!  porque calado, faz qualquer idiota parecer inteligente."
 

A banalização das mortes violentas parece não perturbar os brasileiros que se conformam em culpar o sistema judiciário e policial.

A hipocrisia de cada dia, principalmente daqueles que utilizam de forma profissional os espaços da mídia, governantes e demais poderes, insiste em apontar para os outros a responsabilidade pelo massacre diário que é vivenciado nesta Nação.

 

Crimes de toda ordem infectam nossa forma de viver. Principalmente aqueles praticados contra a vida, bem fundamental para qualquer ser humano. A banalização das mortes violentas parece não perturbar os brasileiros que culpam o sistema judiciário e policial como se possuíssem o poder de antever as estrepolias violentas que praticam criminosos passionais, eventuais ou profissionais.

 

A cultura do assassinado e da morte cruel é incentivada no Brasil pelo governo e bem aceito  pelos cidadãos que acreditam que violência se enfrenta com mais violência. No trânsito quando um motorista comete uma infração, pequena ou grande, o negócio é agredi-lo de forma violenta  como se estivéssemos seguros em nosso inexpugnável direito.  

 

Perdeu-se a cultura da educação. Curtir o respeito a sociedade e a cidadania é mostrar-se ingênuo, bobo ou, quem sabe, incompetente e burro. Temos que ser justiceiros com o dever de punir e condenar os outros, mas  perdoar nossos próprios pecados. Afinal, nos auto intitulamos "cidadãos do bem".

Nunca seremos um País de primeiro mundo enquanto raciocinarmos como primitivos. Olho por olho dente por dente. De nada adianta ter formação escolar e universitária enquanto continuarmos agindo como trogloditas.

 

A violência nossa de cada dia é culpa de cada um de nós. Quando mudarmos a forma de conviver em sociedade teremos políticos honestos, uma polícia eficiente e uma justiça recuperativa.

Máquinas de triturar braços e vidas
Transcrito da Revista Eletrônica Jus Navigandi

"Quase oitenta milhões de carros e motocicletas disputam os espaços públicos entre eles assim como entre eles e os pedestres e ciclistas. Quando mostramos para os estrangeiros o número de pessoas mortas no trânsito brasileiro - mais de um milhão de 1980 a 2013, 127 por dia, um óbito a cada 12 minutos – eles perguntam: faltam leis? Respondemos que não. Leis nós temos, razoavelmente boas tanto quanto as da Suíça. 
 
O problema é que aqui não temos os suíços para cumprirem tais normas de trânsito. Transformamos os veículos em máquinas de triturar braços (como no caso de David Santos Souza, cujo membro foi decepado por um motorista na Avenida Paulista, em São Paulo) e vidas. Continuamos engrossando nossas pilhas imensas de cadáveres antecipados. Por que tantos massacres? 
 
Boa parte deles faz parte da nossa guerra civil étnica e social, fundada na profunda ruptura social entre o Estado e os segmentos favelizados, ocupados por gente segregada, apartada (os inimigos). Aqui falamos da violência pública, violência levada a cabo pela maquinaria de guerra do Estado, formada pelo sistema policial-jurídico. Outra parte é fruto da guerra civil no trânsito: o carro foi transformado em arma de guerra (tão potente quanto uma arma de fogo) e outro (as outras pessoas) em inimigo.  
 
Na guerra, o objetivo é sempre destruir (triturar) o inimigo (ou pedaços do seu corpo). É isso que estamos fazendo, com razoável eficiência: 127 pessoas mortas diariamente no trânsito e cerca de 140 intencionalmente. Nossas máquinas de triturar vidas contam com uma produção tanatológica diária de uns 270 óbitos.  
 
O Estado Democrático de Direito (anunciado pela Constituição), a moral humanitária e o progresso coletivo (sobretudo o econômico) não passam de indicadores civilizatórios totalmente inócuos e artificiais em sociedades como a brasileira, marcada (em grande parte) pela brutalidade selvagem assim como pela absoluta ausência de formação ética (entendida como a arte de viver bem humanamente – como diz Savater). O desprezo pela vida humana (muitas vezes a própria e, com frequência, a dos outros) só encontra paralelo no descuido com a coisa pública. 
 
Nossas políticas públicas, em geral (de saúde, de educação, de segurança viária etc.), não passam de necro-políticas, fundadas nas racionalidades aberrantes da tanatologia. A sociedade brasileira e o funcionamento da nossa egoísta convivência (ressalvadas as exceções) não retratam uma nação integrada, caracterizada pela ética e pelo respeito ao outro. Aqui atropelamos as pessoas e jogamos seus braços nos córregos como dejetos repugnantes. Ausência absoluta não só de respeito às regras jurídicas, senão, sobretudo, de ética. A selvageria chega ao ponto de se ignorar que um braço pode ser reimplantado.  
 
O nível de ensino (e dos exemplos públicos) que damos para a grande maioria da população é deplorável. Nosso ensino público é uma falsidade incontestável. O Estado não é instrumento da aplicação igualitária da lei, muito menos o bem-feitor social que privilegia todos os segmentos. Vivemos de mentiras, assentadas sobre uma única verdade: a dos milhões de cadáveres antecipados, porque desde o início da nossa colonização não aprendemos a respeitar a vida humana (ao contrário, somos máquinas treinadas para triturá-las, intencional ou acidentalmente, nas ruas, nas casas, nas boates etc.)." 

GOMES, Luiz Flávio. Máquinas de triturar braços e vidas. Jus Navigandi, Teresina, ano 18, n. 3698, 16 ago. 2013 . Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/24015>. Acesso em: 18 ago. 2013.

A violência no Brasil não acontece porque a polícia é boa ou má. Ocorre porque a população não esta muito preocupada com esses crimes.

Graças ao desejo de aparecer de quem comanda as investigações sobre o assassinato de uma família de policiais paulistas, um dilema foi criado junto da população que gosta do noticiário policial: teria sido o menininho loirinho quem eliminou a família de maneira profissional? Uma série de questionamentos são levados as redes sociais e explorados nos escandalosos programas televisivos policiais duvidando da indicação do delegado porta voz da investigação.
 
Manchetes que têm exaurido os noticiários.
 
Impressiona a forma descuidada, amadora, quando não proposital que  investigações deixem de circular no meio policial e passam a ser apuradas por jornalistas e curiosos que elaboram teses e opiniões criando uma boataria sem fim e tratando crimes bárbaros como se fossem situações banais e aceitáveis, ou, quem sabe, de pouca importância.
 
As mortes por violência (armas) ocorridas no Brasil, entre 1980 até 2010, segundo Mapa da Violência 2013 do Instituto Sangari, que baseia suas informações pelos dados do Ministério da Saúde, contam com um "total de 799.226 cidadãos vítimas de armas de fogo."
 
Nem por isso a investigação de tais crimes é tratada com seriedade. A mídia atrai os policiais, em especial delegados e oficiais das policias militares, a serem fontes da especulação.
 
A população, de forma inconsciente, acompanha, participa e ingressa nesse processo doentio de considerar esses crimes hediondos como naturais.
 
A violência no Brasil não acontece porque a polícia é boa ou má. Ocorre porque a população não esta muito preocupada com esses crimes já que tendem atingir a população mais pobre, com menor capacidade econômica.
 
Se estivesse preocupada com o número estrondoso de assassinatos estaria nas ruas buscando novos instrumentos para reduzir drasticamente esse número de crimes. Ao contrário: imputa a polícia a violência esquivando-se de mobilizar-se para que o Brasil modifique a cultura da violência.
 
As autoridades brasileiras, principalmente na esfera federal, desconhecem alternativas e não têm força suficiente para enfrentar tal questão. Gestores estaduais e municipais só desejam dinheiro para investimentos inadequados buscando resultados políticos, ao invés de ações dirigidas a redução da cultura da violência.
 
A vida deixa de ser o bem mais querido pelos cidadãos brasileiros porque não querem admitir que precisam mudar a forma de se portar em sociedade. Aprecia apontar os problemas dos outros e ignorar sua forma de vida.