Eleições 2014: procura-se o "salvador da pátria"

Mais um ano eleitoral e os mesmos debates rebaixados sobre a escolha de políticos que irão ocupar os privilegiados cargos públicos eletivos da Nação.
 
Alguns defendendo com unhas e dentes as ações de seus governos afirmando que elas são inovadoras e atendem as necessidades da população. Outros, distantes do poder, acusando-os de desonestos e incompetentes, prontos para assumir em seus lugares. 
 
Historicamente os brasileiros votam num "salvador da pátria". Não buscam políticos que cumpram seus papéis. Desejam encontrar alguém, honestíssimo e trabalhador, que faça a eles aquilo que, individualmente, não estão interessados em fazer.
 
O subdesenvolvimento cultural que nos afeta esta demonstrado na postura irresponsável que temos com tudo aquilo que não é exclusivamente nosso. Ao que é nosso todo zelo, cuidado e dever do Estado em garantir sua integridade. Aquilo que é dos outros ou coletivo é problemas deles e do Estado.   
 
Da classe mais humilde a mais abastada todos entendem que o Estado Brasileiro deve ser um Pai e Mãe zelosos que lhes garantam o sustento e perdoem suas travessuras.
 
Incansáveis são os discursos que mostram como a vida (serviços públicos e coletivos) funciona nos países desenvolvidos. Poucos, porém, se dão ao trabalhar de registrar como aquelas  populações observam as leis com rigor. Não existe "jeitinho", artifício nacional, que sirva para burlar o sinal de trânsito ou ser absolvido na justiça.
 
Presidente, Governador e Prefeito são a imagem de nosso povo e de nossa cultura. Nem melhores, nem piores. Se são corruptos o são pela tolerância de nossos cidadãos e de suas instituições repressoras, mantidas para a execução do controle social.
 
O Judiciário, poder engalanado para refrear os crimes, muito bem nutrido pelo dinheiro público, submete-se a mesma cultura "jeitosa" que lhe permite fazer vistas grossas em benefício daqueles que sempre se viram favorecidos pela coisa pública e pelas benesses das leis.
 
A estrutura repressiva do estado nacional, desarticulada para atender segmentos privilegiados, mantem-se refém de interesses corporativos, onde a investigação judicial fica distante da policial, mesmo que  se trate da mesma coisa, para evitar a aplicação da lei.
 
Insistimos em manter a cultura onde o protagonismo individual prevalece sobre o mérito coletivo. Mesmo que o dinheiro seja público, captado dos trabalhadores deste País, políticos a juízes transmutam-se de servidores públicos (contratados pelo estado para prestar serviço a todos) entronando-se como donos do poder, alguns vitalícios, intitulando-se doadores e bem feitores de ações que não passam do cumprimento de seus deveres de ofício.
 
Reféns de uma máquina pública burocratizada, cartorial e corrupta  nossas autoridades, por mais ficha limpa que possam ser, não encontram um novo caminho pois sabem que a engrenagem irá  entorná-los dos trilhos, caso ousem tentar. Para que isso aconteça nada mais antigo, previsível e eficiente do que a mídia (familiar) nacional.
 
Sendo assim, parecem ineficientes as joviais manifestações de rua, assim como os incansáveis manifestos nas redes sociais que apenas reforçam o protagonismo da figura individual ao invés de discutir as atribuições dos cargos públicos e sua extensão exagerada e indevida.
 
Enquanto acreditarmos que a culpa é dos outros continuaremos com nossas travessuras elegendo representantes inaptos e procurando o "salvador da pátria."    
 
     

"deputado federal gaúcho diz que índios, quilombolas e homossexuais são "tudo o que não presta""

 
"Mesmo diante das críticas nas redes sociais e no site do Greenpeace, o deputado federal gaúcho Luis Carlos Heinze (PP) afirma manter o que disse em Vicente Dutra, no norte do Rio Grande do Sul, em novembro passado. Na ocasião, ele participou de uma audiência pública sobre a demarcação de terras indígenas no país e orientou os agricultores a contratarem seguranças privados para se defenderem dos índios. Ele também se referiu a índios, quilombolas e homossexuais como "tudo que não presta" e vinculou suas causas ao governo federal, em especial ao ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho."
 
 
 
 
Evidentemente que para aqueles que nasceram no Sul, principalmente os negros, nenhuma novidade nas afirmativas criminosas e doentias desse político prepotente que se imagina de uma casta superior como teria sido Adolf Hitler e os escravocratas que abundam por este mundo.
 
O Rio Grande do Sul é conhecido no Brasil por acolher descendentes de italianos e alemães que se orgulham da origem de seus antepassados. Nada de errado nisso. Porem, muitos  se confundem acreditando pertencer a uma casta superior aos brasileiros que foram massacrados em suas terras de origem (índios) e dos que foram trazidos como escravos e depois libertos sem o menor benefício para que pudessem viver e criar seus filhos com dignidade. 
 
É vergonhoso a forma como aquela cultura se mantém, e nisso é seguida pela maioria das unidades da federação, onde a discriminação e o preconceito age de forma implícita e explícita.
 
Poucas organizações nacionais têm a credibilidade de impor-se a essa cultura infame e criminosa. As estruturas governamentais de municípios, estados e união  são o melhor exemplo da afirmativa do "faz o que digo, mas não faz o que faço". Ao mesmo tempo que criam leis para cotas raciais não empoderam em suas estruturas políticas, em postos de comandos, negros e índios.  
 
É um faz de conta que mantém privilégios para um grupo racial em detrimento de negros e índios que ainda dependem de benfeitores a distribuir migalhas para que possam habilitar-se a disputar um mercado celetista e racista.
 
E o deputado, certamente, deve estar sendo parabenizado por uma massa de gaúchos que o elegem e acreditam que pertencem a uma casta melhor e diferenciada. Nenhuma surpresa.

 

Morte de cinegrafista pela organização criminosa.

Segmentos da mídia e especialistas em segurança pública devem estar frustrados com as imagens e a confissão do Black bloc que matou o cinegrafista. Tudo estava encaminhado para que esse crime fosse praticada pela polícia militar que tem se confrontado com essa "organização criminosa" covarde que esconde o rosto para não ser identificada e responsabilizada pelas barbáries que praticam. A Globo News até tentou.
 
Conceitualmente "unidos, seus adeptos adquirem força suficiente para confrontar a polícia, bem como atacar e destruir propriedades privadas que representem a opressão gerada pelo capital."
 
Para essa turba desordeira, ônibus, fachada de prédio, postes, placas públicas, catraca de metrô e tudo aquilo que encontram pela frente é visto como bens que representam a opressão gerada pelo capital. Por esse motivo os covardes danificam, apedrejam, destroem e ainda encontram defensores na mídia e na sociedade.
 
Agora, com a morte do jornalista, provocada por esse grupo de delinquentes, dirão os especialistas que a polícia não esta preparada porque não garantiu a vida do cinegrafista.
 
O Congresso Nacional irá apresentar uma lei para agravar a pena de crimes praticados contra jornalistas, confundindo as pessoas que passarão acreditar que o crime foi premeditado contra o cinegrafista. Na realidade essa organização criminosa quer ferir e danificar qualquer um que apareça em seu caminho, mesmo que acidental. Preferencialmente a polícia, para que ela reaja e os faça de vítimas da democracia.  
 
Enquanto em outras nações as pessoas lutam por liberdade e democracia aqui no Brasil desenvolve-se uma ação orquestrada para o retorno dos "senhores de escravos" ao poder político. A melhor forma disso acontecer é continuar incentivando a baderna.
 
O histerismo das denúncias diárias sobre educação, saúde e segurança dá a entender aqueles que nasceram hoje de que em algum tempo do passado vivemos melhor. Mais ainda, induzem as pessoas para que acreditem que os problemas de uma Nação, com duzentos milhões de pessoas, podem ser solucionados num pequeno espaço de tempo.





Registro de como não se faz jornalismo


 
 "Ao contrário do que afirmou o comandante, o repórter da Globo News Bernardo Menezes, que acompanhava a manifestação, relatou que no fim da noite de quinta, no Jornal das Dez, as bombas de efeito moral teriam partido da polícia. Segundo o jornalista, que estava a poucos metros da confusão, um desses artefatos estourou perto do cinegrafista da Band, que caiu na hora." Bom Dia Brasil - Globo
 
 
Assim a mídia tem tratado as informações. Toda vez que interpreta, traduz e emite opinião, ao invés de informar, invade o direito individual ou coletivo atingindo pessoas e instituições. Depois, flagrada na mentira, se auto absolve, corporativamente, justificando a ânsia de informar.

“O policial não se envolve em política partidária eleitoral”


 O policial não se envolve em política partidária eleitoral” ou “seu partido é a polícia”, afirmativas históricas que oportunizam a inexistência de representantes políticos dos policiais.

 

A impressão que tenho sobre as eleições deste ano é que os debates  serão muito rebaixados em decorrência do clima acirrado entre dois partidos políticos. Diga-se de passagem, administrações que não priorizaram as polícias estaduais e muito menos seus servidores.

A mídia e os poderes Judiciário e Legislativo, “embarcados” nesta disputa, prejudicam o repasse de informações para a sociedade. Toda notícia é acompanhada da opinião e interpretação de quem esta contra ou a favor. Resta aquele que a recebe tentar descobrir o que é verdade ou criado para prejudicar situação ou oposição.

A sedizente “crise” que abala a segurança pública é descarregada sobre a polícia e seus servidores que não conseguem evitar a violência nem os crimes.  “Enxugam gelo” no dia a dia e são cobrados como se pudessem, em razão de seu trabalho, modificar a postura descompromissada e violenta da sociedade. 

É necessário ter claro que as polícias são criadas, organizadas, mantidas e comandadas pelo poder executivo que indica e demite, por escolha política, o diretor geral da PC, comandante da PM, e diretor da PF e PRF.  Essas escolhas não acontecem por concurso nem por bons serviços prestados, mas por QI.

Portanto, o compromisso que o policial dedica ao chefe de sua corporação é, na realidade, dirigido àquele que governa o poder executivo, chefe “político da polícia”. Este sim verdadeiro culpado pela crise na polícia ou na segurança pública.

Se a premissa for verdadeira é possível afirmar que os comandos das corporações, indicados pelos governantes, apoiados por gestões políticas de deputados, estão a seus serviços e não da população ou dos servidores policiais.  

Os policiais brasileiros, como qualquer outro segmento organizado, necessitam preparar-se para incidir nas eleições e eleger seus representantes. Não basta votar em “candidato ficha limpa”, mas naqueles que tenham compromissos verdadeiros com os profissionais de segurança pública.

Frente à realidade é chegado à hora dos policiais assumirem a responsabilidade de elegerem representantes para as assembleias estaduais e câmara federal.

“A afirmação de que ‘o policial não se envolve em política” ou que “seu partido é a polícia” oportuniza a inexistência de representantes comprometidos com os policiais.

Sabem as lideranças sindicais dos policiais brasileiros que a situação enfrentada em suas corporações não irá ser alterada enquanto este circulo vicioso se mantiver. Não serão os comandos das organizações, indicados politicamente, que irão modificar as estruturas ou as condições indignas de trabalho.

A partir dessa premissa é necessário registrar que a representação policial nas câmaras legislativas é insignificante e necessita ser ampliada. É preciso incentivar e apoiar a participação de policiais civis e militares no pleito que se avizinha.  O equivoco é imaginar avanços desvinculados do processo político.  

A resistência de contrários à participação nos espaços de disputa política/eleitoral deve ser vencida pelo esclarecimento de que avanços corporativos ou institucionais ocorrem através da ação política, e não da simpatia ou da amizade.
Portanto, mãos a obra! As lideranças sindicais dos policiais brasileiros podem e devem apoiar aqueles que estejam dispostos a enfrentar as urnas. Não de forma fragmentada, divididos, ou com excessivo número de pretendentes na mesma base, mas articulados a partir da coesão de objetivos e interesses afins. Não se esqueça de apoiar aquele que representa seu segmento.