Existem duas maneiras de pensar a segurança pública e as polícias no Rio Grande do Sul.
A primeira alternativa seria "usar bandaide para curar um câncer". Exemplo figurado pela Dra. Fernanda na última reunião que realizamos com policiais civis gaúchos no momento em que era sugerido pequenas modificações de interesse desse ou daquele grupo interno. Ajeitaríamos nossa posição em alguma função e poderemos passar os próximo quatro anos fazendo de conta que algo vai mudar.
Ou a segunda maneira na qual teríamos coragem de nos desvestir do pensamento e comprometimento corporativos e trabalhar para modificar a polícia para o bem. Bem das Polícias, bem para os policiais e bem para a população.
A vitória merecida de Tarso Genro, já que disparadamente a melhor opção para o Rio Grande do Sul, nos coloca frente a esse dilema. Aliás, dilema que afeta não só os policiais civis assim como os militares, agentes penitenciários e servidores do IGP.
Iremos tentar curar o "câncer" que afeta a segurança pública e nossas corporações com simples aplicações de "bandaides", simulando solucionar os falsos problemas? Ou teremos coragem de enfrentar as questões que desqualificam nosso trabalho e nos fazem estar em permanente crise interna e externa.
À população votou em Tarso porque acredita que ele tenha alternativas para melhorar as corporações e seus serviços. Alguns policiais tambem votaram nele por acreditar que possa ter ousadia de enfrentar as velhas, antigas e comprometedoras mazelas que estão encravadas em nossas instituições policiais.
E nós o que queremos? Acredito que estamos vivendo um momento ímpar no que se refere as oportunidades de encontrarmos um caminho que dignifique nosso trabalho e nossas instituições.
Acredito também que, depois de hoje, os articulados e eternizados corporativista que há décadas transitam com exclusividade no comando de nossas instituições já fazem juras de que "desde criancinha" acreditavam em Tarso. Que "sempre quiseram mudanças nas polícias". Na verdade apenas a velha estratégia para garantir vitaliciedade em seus postos.
É chegado a hora da verdade. Ou continuaremos a não ter crédito com a sociedade ou teremos que enfrentar, com muito sacrifício, os erros sustentados há muito tempo.
Podemos, ainda, como jogada final, dizer que "já estão tentando reduzir nossa auto estima".
Como haverá governo na segurança há partir de 2011, torço para que o futuro governador seja iluminado quando organizar seu governo nesta área. Para os profissionais de segurança pública a indicação dos comandos já será suficiente para perceberem o caminho que irá ser percorrido. E a melhora nessa área não acontecerá sem o envolvimento da maioria e sem o fechamento das chagas que nos avexam.
Quem viver verá!
Como diz um colega "Viva Tarso e Viva Dilma!"