Convenhamos, o que o Governo Federal pode oferecer? Ajuda da Polícia?

Cruel, muito cruel o Secretário Antônio Ferreira Pinto ao responder sobre ajuda do Governo Federal.
 
Afirma o Secretário: “Convenhamos, o que o Governo Federal pode oferecer? Ajuda da polícia? Nós temos uma Polícia Civil altamente especializada com mais de 30 mil homens e a Polícia Federal tem 10 mil homens para o país inteiro. Força Nacional? Força Nacional é uma força eventual que contém um grande contingente da própria Policia Militar de São Paulo”, ressalta.
 
Alguns dirão: esta reação decorre de questões políticas. Será? É digno fazer política quando vidas humanas estão sendo ceifadas de forma muito rápida? Para esclarecer essa dúvida deveríamos conhecer a opinião dos demais Secretários de Segurança Pública, os quais, diga-se de passagem,  estarão reunidos em breve.
 
Outro fato que aguça nossa curiosidade são os "palpites"  jogados em rádios, tvs e jornais. A cada nova onda de violência um especialista (a maioria não se sabe onde aprendeu a diagnosticar os motivos da violência), profetiza, sem sucesso, uma causa para o acirramento da criminalidade.
 
Veja alguns deles:
 
“É difícil um diagnóstico absolutamente preciso sobre o que ocorreu. Pode estar relacionada a guerra de interesses dentro das facções criminosas, e você gera um espiral, uma reação por parte de pessoas que tem seus interesses contrariados, questões territoriais especificas”, explica Teodomiro Dias Neto, membro do Fórum Brasileiro de Segurança." O que será que este quis dizer?
 
"Segundo o comentarista, o governo deixou de atuar na consequência e foi atuar na causa do problema de segurança." Noticia refere-se ao comentarista da Tv Globo. Acho que piorou porque, na verdade, não disse nada.
 
“Existe uma série de motivos. São desafetos, são pessoas que são presas pelos policiais militares e acabam sendo soltas e, em seguida, vão à forra. O momento é oportuno para isso, esses ataques têm ocorrido também em biqueiras, em distribuição de drogas, pela disputa desses pontos de distribuição, guerra entre quadrilhas. Essa somatória de motivos leva a essa forma onda de violência que nós vamos reverter esse quadro com toda certeza”, afirma Antônio Ferreira Pinto, secretário de Segurança de São Paulo. O Secretário certamente sabe, mas não pode dizer, que o aumento e a redução de homicídios, no Brasil, ainda é cíclico, já que depende exclusivamente da repressão policial.
 
Autoridades e especialistas deveriam ter mais cuidado com o que dizem pois a população pode perder a confiança em suas informações.
 
Por outro lado, fica claro que as acusações entre servidores, pagos pelos cofres públicos, somente acontecem quando não têm sucesso em suas ações.
 
 




Cidadãos, juízes, desembargadores e policiais pedem socorro e denunciam ....


O Brasil vive um momento delicado na segurança pública.
 
Enquanto as autoridades políticas apontam para a polícia a responsabilidade por não reduzir a violência e a criminalidade assistem a morte de centenas de cidadãos, de juízes e desembargadores, executados ou vítimas de roubo, e policiais que estão sendo cassados todos os dias.

A falta de uma política pública de segurança compromete gravemente o governo federal que, com uma estrutura fragilizada no Ministério da Justiça, e com a Secretaria Nacional de Segurança Pública sem a mínima vocação para a função, perdida em exigências burocráticas para liberação de repasses àqueles que "paparicam" suas coordenações, permite a ampliação de uma crise anunciada.

Os policiais brasileiros estão acuados pelos governantes que exigem que atuem até a exaustão. Por outro lado por pseudos-defensores dos direitos dos cidadãos que atuam apenas com um falatório distanciado da realidade, já que não praticam nenhuma ação que salve da morte milhares de jovens que são executados todos os anos.
Segurança Pública já pode ser tratado como "vergonha nacional" haja vista a complacência com que agem os governantes. Ao mesmo tempo em que reconhecemos as políticas de bolsas implantadas pelo governo federal lastima-se a falta de comprometimento que tem com a segurança pública e, principalmente, com os policiais. São trabalhadores acusados diariamente como maus profissionais, de bandidos, enquanto atuam na defesa dos cidadãos, mesmo não recebendo o apoio adequado dos gestores públicos.
 
É criminosa a afirmativa de que não há dinheiro para a segurança pública e para os policiais. Na realidade os governantes têm dinheiro para suas prioridades, grandes eventos, grandes festividades, isenção de tributos para empresas transnacionais, perdão fiscal que beneficiam sonegadores, e fraudes que trazem prejuízo aos cofres públicos.
 
Temos que apelar para a presidenta Dilma para que não macule seu governo e reorganize a Secretaria Nacional de Segurança Pública, ocupando-a com profissionais conhecedores  da área e inicie a discussão sobre a criação do Ministério da Segurança Pública para organizar e planejar a segurança pública brasileira. Do contrário ficará marcada na história do Brasil pelo total abandono dedicado aos policiais.
 
  

Menos de 9% dos jovens pretos fazem ou fizeram faculdade

Por mais incomodado que fique o segmento economicamente dominante que defende a "meritocracia" e o seleto vestibular para garantir vagas nas Universidades Federais não há como ignorar que a situação da educação superior brasileira é contrangedora. 
 
Ou o poder público assume de vez as Universidades Federais para que deixem de ser o espaço formativo dos endinheirados ou teremos um País estagnado porque a maioria de sua população não tem acesso a esse ensino mantido por verbas públicas.
 
Curiosa inversão existente no Brasil onde a Universidade Federal é melhor do que as Faculdades Privadas, enquanto as escolas estaduais são piores do que as escolas particulares. 
 
Se Universidade Federal e Escolas Estaduais são mantidas pelo mesmo dinheiro publico como podem ser tão diferentes?
 
A notícia    
 
"Apenas 8,8% dos jovens pretos entre 18 e 24 anos frequentam ou concluíram o ensino superior, de acordo com dados do Censo do Ensino Superior de 2011, divulgados nesta terça-feira (16) pelo Ministério da Educação.

De acordo com o MEC, 17,8% dos jovens entre 18 e 24 anos estão cursando ou já se formaram em uma instituição de ensino superior. Os pretos (o IBGE adota a terminologia "pretos" para as pessoas da raça negra) e pardos são os que menos frequentam universidades, apesar de representarem mais de 50% da população brasileira.

Em 1997, apenas 1,8% dos pretos jovens cursavam curso superior. O percentual passou para 5%, em 2004, e 8,8%, em 2011. Dentre os jovens que se declaram pardos, 11% estudam em universidades ou já possuem diploma. Em 1997, o percentual era de 2,2% e, em 2004, era de 5,6%.

Já entre os jovens brancos com 18 a 24 anos, 25,6% estudam ou concluíram curso em instituição de ensino superior. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, as cotas sociais obrigatórias em universidades federais devem aumentar o ingresso de pretos e pardos."G1

Obama, Barbosa e a discriminação racial brasileira.

Lembro-me da comemoração pela eleição de Barack Obama como primeiro negro eleito presidente dos EUA.
  
Não entendi muito o júbilo nacional já que Obama é americano, de cultura predominantemente dominante do mundo, e nunca prometeu melhorar a vida dos brasileiros ou fazer alguma parceria com o Brasil. 

Mais estranha a comemoração porque inimaginável encontrarmos um negro apoiado por essas forças para ser indicado ou disputar a presidência do Brasil.
 A maioria dos brasileiros se satisfaz em manifestar apoio a alguma política de igualdade racial, mas pouco se importa com a ausência de negros nas funções de ministros, secretários de estado, presidentes de grandes estatais, governadores, deputados, senadores e tantas outras posições políticas destacadas, para onde são convidados correligionários de qualquer partido.

A política nacional de igualdade racial não passa de uma postura brasileira, principalmente de seus governantes, em manifestar de forma dita “politicamente correta” uma suposta igualdade inexistente. Já que não conseguem convidar negros para ocupar espaços decisórios na gestão pública. Mascaradamente reafirmam a política racista de que negros não estão preparados para atuar na política nacional em espaços privilegiados.
Apoiando as ações “politicamente corretas” os governos, as universidades e os especialistas, além e muitas empresas privadas, preferem continuar falando na defesa dos “pobres negros oprimidos” ao invés de investi-los no poder político onde poderiam representar a maioria de nossa população.   

Lavam as mãos ao sustentar algumas ações PC, porém, pontuais, tais como as cotas nas universidades ou a frágil e ineficaz lei penal. Tanto a primeira como a segunda insuficiente para modificar o tratamento desses cidadãos.

Neste embalo surge agora à paixão nacional pelo ministro do STF, Joaquim Barbosa. Graças ao atendimento dos interesses políticos e a satisfação das classes dominantes da cultura nacional pela condenação genérica que impôs aos “mensaleiros” (segundo seu julgamento). Profissionais da mídia e vozes populares afirmam que o ministro pode ser o próximo candidato a presidente.

É possível perceber que este direcionamento compõe um quadro que não se sustenta. Assim como na eleição de Obama a momentânea ascensão de Barbosa não arrefece o preconceito e a discriminação racial existente no Brasil,  muito bem demonstrada nas fotografias dos governos municipais, estaduais e federal. Nelas encontramos a imagem de um ou dois negros, quando existem.

Que igualdade de condições é esta?

Outras questões ainda devem ser respondidas: a ascensão de um negro ao STF mudara as relações discriminatórias existentes no Brasil? Estaremos frente a um processo massificado que mudará a história do negro brasileiro? Ou tudo não decorre do mérito de um individuo que foi escolhido, de forma “politicamente correta” (nomeado no governo Lula), para ocupar uma cadeira no STF?       
Mais ainda: estará recebendo o apoio da mídia por encaminhar o julgamento aos termos que lhes agrada (condenação geral e irrestrita) auxiliando a combater o governo dito “politicamente correto” do Partido dos Trabalhadores?

São questões que devem inquietar-nos ao contrário da euforia daqueles que repetem os mantras da grande mídia.
Apesar do americano Obama e do brasileiro Barbosa a discriminação racial continuará excluindo os negros que precisam compreender que seu lugar não é aquele que tem sido indicado para nós no Brasil. Mas outro que permita a verdadeira ascensão de um povo que desenvolveu estas terras assim como o fizeram alemães, italianos, portugueses, poloneses e tantos outros.  

Não devemos esquecer que os movimentos organizados, principalmente governos, universidades e especialistas, além da grande mídia, afirmam aquilo que a maioria deseja ouvir. Coisas boas mas diferentes da realidade. Nós temos que viver com a dura e crua realidade.

Segundo o TRE votamos em candidatos "ficha limpa" .

Tem candidato eleito que já pretende, mesmo antes de ser diplomado vereador, assumir cargo de secretário de estado. Com boatos bem direcionados lança-se ao "estrelato" mesmo que para isso seja necessário pisar nos antigos companheiros.
 
Carreiras meteóricas costumam demonstrar perfis direcionados para projetos pessoais. Pouco importa o que acontece em sua volta o principal é atingir, mais rapidamente possível, um patamar acima.
 
Findo a eleição, para quem não votará em segundo turno, percebemos que não ganhamos nada. Os mesmos discursos as mesmas promessas e, certamente, as mesmas ações, ou, quem sabe, a falta delas.
 
Sempre ouvimos dizer que a democracia é a melhor forma de governo. Sabemos, porém, que ela é a menos pior. A cada quatro anos elegemos políticos que prometem defender os interesses do povo quando na prática defendem os interesses pessoais buscando eternizar-se no poder como forma de sobrevivência.

Raros são aqueles que dedicam-se a defesa do segmento que o elegeu. Muitos pousam de arautos da verdade e da experiência, porém, na prática, compõem interesses de seus próximos acima dos interesses públicos.

Mais uma vez iremos torcer, aguardar que alguns dos eleitos, pelo menos durante o primeiro mandato, realizem algumas das promessas que repetiram milhares de vezes na campanha. Do contrário continuaremos sendo enganados até pela própria campanha do Tribunal Eleitoral que nos disse que poderíamos escolher um candidato "ficha limpa", sem nos relatar de onde os candidatos eleitos, grande parte sem trabalho ou sem fortuna, investiram cem, duzentos ou mais de trezentos mil reais na campanha.

Será que somos tão tolos para acreditar que essa verba é resultado da poupança que fizeram para a campanha? Ou será que temos que acreditar que as doações ocorreram sem compromissos futuros?

Vamos lá! Não esqueça do nome de seu vereador. Acredite, ele, certamente, irá fazer uma boa gestão de seu cargo político. Vale, afinal, o espetáculo das eleições democráticas. Tal como pareceu, de forma inocente, acreditamos, por orientação do TRE, que votamos em candidatos "ficha limpa".

Notícia Intra muros: Intrigas, lobby e sabotagem

Copio a reportagem da Revista IstoÉ Independente, edição Online, 18/07/12, de Claudio Dantas Sequeira.

Sempre resta-nos a esperança de que a matéria jornalística não esteja correta. O povo brasileiro acredita em suas Instituições e não compreenderia que duas delas, mais bem conceituadas, estivessem numa disputa por interesses particulares sobrepondo-se ao interesse público.

A notícia

"Jogo de interesses na Polícia Federal e na FAB coloca em risco projeto de aeronave responsável pela vigilância de fronteiras, que já consumiu R$ 80 milhões

 

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Há duas semanas, ISTOÉ trouxe à tona um episódio inconveniente para a cúpula da Polícia Federal. Seu avião não tripulado de última geração, comprado há dois anos para vigiar as fronteiras, sofreu uma avaria e corre o risco de não voar mais. A partir daí o órgão passou a divulgar a informação, até então mantida em sigilo, de que a aeronave estaria parada pela simples ausência de um contrato de manutenção, que não fora previsto no pacote original firmado pela gestão anterior. Admitir o erro foi a saída para não expor as fragilidades que cercam o programa, no qual já foram investidos R$ 80 milhões. Arquivos confidenciais e relatos obtidos pela reportagem indicam que o projeto de veículo aéreo não tripulado (Vant) corre riscos por causa da suposta conivência da atual cúpula da PF com interesses do comando da Aeronáutica, que estaria ligado ao lobby de uma fornecedora de Vants concorrente.
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Para entender esse imbróglio é preciso voltar a 2008, quando o governo lançou a Estratégia Nacional de Defesa. O plano previa o uso de Vants na vigilância das fronteiras da Amazônia e no combate ao narcotráfico. Criado um grupo de trabalho para estudar a aquisição do equipamento, a PF selecionou modelos de três países diferentes, EUA, Alemanha e Israel. Optou-se pela compra do Heron I, considerado o mais avançado dos Vants, da empresa IAI (Israel Aerospace Industry).
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FAVORECIMENTO
Documentos revelam que a empresa que produziu o avião
adquirido pela FAB tinha como diretor um coronel que
seria concunhado do comandante da Aeronáutica
 
 
De outro lado, a FAB preferiu lançar um processo de compra independente e optou por uma aeronave mais barata, o Hermes-450, adquirido da Aeroeletrônica (AEL), uma subsidiária da também israelense Elbit. É nesse ponto que os problemas começam a surgir. Durante todo o processo, o comando da Aeronáutica trabalhou para minar a compra da PF. Disseminou que o Vant não poderia voar sem uma doutrina de emprego e autorização expressa da FAB. O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, foi colocado sob suspeita de ter interesses pessoais no caso. A PF produziu um relatório de inteligência, enviado ao Palácio do Planalto, acusando Saito de beneficiar escancaradamente a AEL/Elbit em contratos com a Força Aérea. O documento confidencial cita a contratação do coronel reformado Luiz Guimarães Pondé, concunhado de Saito, para o ­cargo de diretor de relações institucionais da empresa. Questionado por ISTOÉ, o brigadeiro respondeu que a aquisição se deu por “critérios técnicos” e que não houve “qualquer interferência de cunho pessoal”.
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Até 2011, a FAB e a Polícia Federal estavam em lados opostos na briga dos Vants. Mas a atual cúpula da PF passou a trabalhar contra o seu próprio projeto. Era tudo o que a FAB queria. Essa mudança de postura ocorreu em razão de uma briga de poder dentro da própria polícia. Integrantes da PF que, durante o governo passado, tinham interesse em assumir o controle do programa do Vant, mas não conseguiram, passaram a boicotá-lo quando assumiram o poder a partir da nomeação do atual diretor-geral da PF, Leandro Daiello. No ano passado, esse grupo fez uma denúncia sobre supostas irregularidades no projeto ao TCU. Um dos autores da denúncia com e-mails e ofícios internos obtidos por ISTOÉ é o ex-comandante da Coordenação de Aviação Operacional da PF coronel Rubens Maleiner. Antes mesmo da conclusão da análise do tribunal, esse grupo, que hoje ascendeu ao poder na PF, resolveu parar todos os processos de aquisição do programa Vant.

As consequências começam a ser conhecidas agora. Deixaram de ser comprados os pacotes de manutenção e o link de satélite, sem o qual a aeronave não pode ser utilizada em sua capacidade máxima. Também foi suspensa a compra de cinco galpões em São Miguel do Iguaçu. Sem as instalações, o Vant, que estava num hangar antigo, precisou ser transferido depois que uma tempestade danificou a estrutura do local. Sem alternativa, agentes da PF tentaram colocar o avião num galpão menor. Em junho, providenciou-se uma gambiarra, com trilhos e cabos de aço. O improviso não deu certo. A ponta da asa direita da aeronave bateu no portão, o que causou avarias na fuselagem e numa lanterna. Desde então, por recomendação da IAI, o avião não pode decolar até que se faça uma avaliação de dano estrutural na asa. ISTOÉ questionou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre as denúncias e o futuro do programa, mas ele se recusou a responder."