Manchete das páginas amarelas de uma revista semanal, que apresenta, através de rasgados elogios, o “especialista” da hora. O qual afirma do alto de seu saber que “... nem todo lugar pobre é violento”. Segundo o nobre professor “o que os estudos mostram, isso sim, é que não há lugar violento que não seja muito pobre.” Um espetáculo de trocadilho que não diz, exatamente, nada. Ou melhor, confirma o que já se sabia.
Afirma, por outro lado, “... de que onde há redes de controle social fortes, - como associações e ONGs – a criminalidade arrefece.” Ora, se isso fosse verdade, a violência no Rio de Janeiro seria muito reduzida. Ou CUFA, VIVA RIO e tantas outras ONGs, reconhecidas internacionalmente, não se assemelham a referida mineira FICA VIVO?
Curiosamente cita São Paulo e Belo Horizonte como únicos bons exemplos de políticas de segurança bem sucedidas.
Desconstitui tudo que esta sendo feito no resto do Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro. Classifica as milícias como “fenômeno brasileiro” como se fosse o único lugar no mundo onde policial monta quadrilha para se beneficiar da criminalidade. Apesar de afirmar que esteve na Colômbia e no México estudando a criminalidade, não deve ter tido tempo suficiente para ser informado de que nesses países os maus policiais também organizam quadrilhas.
Curioso como a revista abre três páginas para o especialista comentar o óbvio sem que, em algum momento, tenha sugerido alguma medida que possa contribuir com o problema brasileiro.
Ao afirmar que faltam investimentos em segurança pública e capacitação aos policiais, repete o que já vem sendo dito há mais de vinte anos. Mesmo afirmando que “não há prioridade na área de segurança pública”, portanto, sabendo que a culpa pelas dificuldades da polícia não decorre da falta de vontade dos policiais, sugere a necessidade de que seja realizada uma limpeza na polícia.
Pode ser que com uma polícia límpida os cidadãos brasileiros passem a ter mais comida na mesa, emprego, escolas para os filhos, atendimento de saúde. Melhora física de bairros, vilas e favelas, com equipamentos públicos a disposição da população. Se tudo isso acontecer às taxas da violência reduzirão.
Estudar a criminalidade é uma necessidade. Divulgar inferências como verdades é muito complicado. E o pior, atacando todos os policiais, esquecendo-se de pedir uma limpeza na política, no judiciário, nas ONGs, e por ai afora.
Enquanto isso o Governo Brasileiro não estrutura um Ministério ou uma Secretária Especial de Segurança Pública com capacidade de priorizar tema tão fundamental para a convivência da comunidade. Contrata ONGs e sempre os mesmos especialistas para realizar levantamentos e estatísticas que acabam não traduzindo a realidade que todos conhecem nas ruas.