O Caveirão e o apartheid: algo em comum?

A segurança pública brasileira, em especial a do Rio de Janeiro, noticia a compra de "mais oito novos caveirões". A notícia registra que este equipamento irá "melhorar o conforto dos policiais".
 
Imaginem que mordomia terão: "...com freios ABS, tração nas 4 rodas e ar-condicionado potente....".
 
Já podemos comemorar. Estamos prontos para os grandes eventos esportivos. Chegando aos padrões internacionais de segurança.
 
"Veículos policiais especiais usados para intervenções nos guetos, foram inicialmente utilizados na África do Sul, entre 1948 e 1994, pelo regime segregacionista do apartheid." Wikipedia

Enquanto os investimentos estruturais e sociais se arrastam para chegar nas comunidades pobres o Caveirão continuará passando por cima do que estiver pela frente. Quando forem criminosos enfrentando a polícia o dano será menor, o problema é quando as vítimas são apenas parecidas pela cor da pele. 
Empresa sul-africana deve entregar blindado baseado no Maverick (foto) Foto: Divulgação
 

   
A notícia
 
"O governo do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira a empresa sul-africana Paramount Logistics Corporation vencedora do pregão internacional realizado para a aquisição de oito novos blindados que reforçarão as operações de segurança no Estado, substituindo os atuais "caveirões". O resultado do certame - que teve início em janeiro e contou com a concorrência de cinco companhias estrangeiras - foi publicado no Diário Oficial de sexta-feira. Os oito veículos táticos foram adquiridos por R$ 6,65 milhões". Site Terra, internet.
 

Procurador Geral da República desqualifica o trabalho da polícia.

Frases do Procurador Geral da República
"No mensalão, houve trabalho da Polícia Federal. Agora, eu diria que grande parte da investigação, a maior parte, foi conduzida diretamente pelo Ministério Público. Toda aquela parte de quebra de sigilos bancários e fiscais, toda a análise que acabou constituindo a espinha dorsal da acusação formulada foi fruto do trabalho de investigação do Ministério Público."


"O procurador-geral afirmou, ainda, que o Ministério Público é um órgão mais isento que a Polícia Federal para conduzir investigações, por não estar vinculado a nenhum dos Três Poderes. A Polícia Federal é um órgão submetido ao Executivo."


PEC da Impunidade x retaliação


"O procurador protestou contra a proposta de emenda constitucional que tira do Ministério Público o poder de investigação. Ele insinuou que a proposta foi desenterrada e passou a tramitar rápido no Congresso Nacional após as condenações do mensalão."


"Na verdade, essa PEC já tramita há muito tempo no Congresso Nacional, mas ela renasceu logo após o julgamento da Ação Penal 470. Não afirmo que seja uma retaliação, mas não posso descartar essa hipótese."

Frases retiradas da matéria de Givaldo Barbosa / O Globo, internet 11/03/13.




Comissão de Direitos Humanos da Câmara; Direitos Humanos???

O espetáculo proporcionado pela Câmara dos Deputados.
 
 
Manifestantes de São Paulo protestam contra a permanência do deputado Marco Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (Foto: Cris Faga/Estadão Conteúdo)

Grupos protestam pelo país contra deputado federal Marco Feliciano
Em São Paulo, a concentração foi marcada para as 14h na esquina entre a Avenida Paulista e a Rua da Consolação, na região central de São Paulo. Munidos de cartazes, os manifestantes caminham pela Rua da Consolação, ocupando faixas da rua no sentido centro.
Em Brasília, o protesto também pediu a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. A manifestação na capital do país começou na Rodoviária do Plano Piloto, organizada em redes sociais por membros do movimento LGBT e da Federação Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno. Os manifestantes chegaram a interditar quatro faixas do Eixo Monumental.

Protesto contra deputado Marco Feliciano (PSC) e senador Renan Calheiros (PMDB) em Curitiba (Foto: Joka Madruga/Estadão Conteúdo)
 
O senador Renan Calheiros foi lembrado também pelos manifestantes que tomaram as ruas do centro de Curitiba (PR), neste sábado.
Renan é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo suposto uso de notas fiscais frias para justificar, em 2007, que tinha renda para pagar a pensão de uma filha. O senador apresentou as notas, referentes a suposta venda de bois, para se defender da suspeita de que a pensão era paga por um lobista de uma empreiteira.
O escândalo levou à renúncia do peemedebista do comando do Senado em 2007. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou denúncia ao STF contra Calheiros.
 
Grupo do Espírito Santo protesta contra nomeação de pastou para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. (Foto: Aubrey Effgen/VC no ESTV)
 
Já em Vitória (ES), mais de 200 pessoas se reuniram na Praça do Papa para protestar contra a nomeação do novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
De acordo com o organizador do evento no Espírito Santo, Guilherme Rebelo, a mobilização é nacional e começou pelas redes sociais. “O pastor não é a pessoa mais indicada para reivindicar o direitos humanos, ele é um dos primeiros a fazer discursos homofóbicos e racistas. Queremos sensibilizar a pessoas que desconhecem esse fato”, explicou Rebelo.
O organizador disse ainda que o grupo vai sair em caminhada até a Assembleia Legislativa com cartazes. A ideia é enviar uma nota de repúdio pela nomeação do parlamentar à Comissão de Direitos Humanos do Espírito Santo para que chegue a Câmara dos Deputados em Brasília.
E
leição criticada
A escolha de Feliciano para presidir a comissão gerou protestos de entidades de direitos humanos e de parlamentares. O deputado é alvo de dois processos no Supremo Tribunal Federal: um inqúerito que o acusa de homofobia e uma ação penal na qual é denunciado por estelionato. A defesa do parlamentar nega as duas acusações.


Pastor da igreja Assembleia de Deus, Feliciano causou polêmica em 2011 por causa de mensagens publicadas no Twitter. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc.", escreveu na época. Ele também publicou que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição."
Para Rafael Moreira, diretor da Federação, que organizou o protesto em Brasília, Feliciano não pode presidir comissão que atende direitos de minorias.

"Você quer uma pessoa dessas para atender o meu interesse ou dos LGBT? Se ele permanecer na presidência da comissão, a gente vai provar que a comissão é do povo, não dele. Como a gente dá um voto de confiança a um cara que ataca negros, gays e ligados às religiões de matrizes africanas?", disse Moreira.
 
A publicitária Malu Rodrigues vê incoerência na eleição do pastor.

"É uma incoerência absurda ele ser eleito para presidir essa comissão. Ele é claramente racista e homofóbico. Não tem nada a ver com ele ser evangélico ou pastor, mas com ele mesmo", disse.
Participando pela primeira vez de uma manifestação, a advogada Fabiane soube por meio de redes sociais da manifestação. Ela afirmou estar descontente com o cenário político brasileiro, mas disse ver a escolha de Feliciano para o cargo como "a gota d'água".
"Eu me senti ultrajada. Não me sinto representada por uma presidência que fala de direitos humanos olhando só para uma parte. Que não representa as minorias, que na verdade são a maioria no país."G1