E agora companheirada..... o que dizer em casa?

"CPERS/Sindicato adotará medidas judiciais contra aprovação dos projetos do Pacotarso
Na madrugada do dia 29 de junho a Assembléia Legislativa do Estado aprovou os Projetos de Lei do Pacotarso. Como é sabido, um deles cria um Fundo de Capitalização, que joga no mercado financeiro o futuro das aposentadorias dos servidores, aumenta a alíquota de contribuição dos servidores e faz com que as cobranças de contribuições incidam sobre aposentadorias e pensões abaixo do limite de benefícios do Regime Geral.
O outro Projeto limita o pagamento das RPVs em 1,5% das receitas mensais do Estado, amplia o prazo para liquidação dessas obrigações que atingirem valor acima de sete salários mínimos, de 60 para 180 dias.
Como foi dito repetidas vezes pelo CPERS, desde a apresentação das minutas desses textos, que agora estão sendo transformados em Leis, ambos, além de atingirem direitos dos servidores públicos e expressarem uma visão de ajuste neoliberal do Estado, são inteiramente inconstitucionais.No Projeto de Previdência, em razão do desconto oferecido às remunerações inferiores a R$ 3.686,66, não serão sentidos efeitos imediatos da nova Lei, em razão dos baixos vencimentos da categoria. A incidência das contribuições sobre os inativos, entretanto, deverá se operar de imediato. Quanto ao Fundo esse se aplicará aos servidores ingressados após a data da edição da Lei, o que também faz com que os problemas sejam sentidos apenas no futuro.
O Projeto das RPVs trará efeitos já no próximo mês, pois a limitação do montante de pagamentos, pelos valores apresentados pela própria Secretaria da Fazenda, fará com que quase 60% dos pagamentos previstos não se efetivem, ficando um saldo impago que se acumulará de forma crescente nos meses subseqüentes. Além disso, a ampliação do prazo de pagamento, após a expedição da RPV, que hoje é de 60 dias, para 180 dias, trará, também, um objetivo alongamento na demora da liquidação dos processos, que sequer precisa ser explicado.
A Assessoria Jurídica do CPERS, que já tinha identificado a inconstitucionalidade desses projetos, está completando estudos para adotar as medidas judiciais cabíveis, tão logo as leis sejam sancionadas e publicadas.
O combate jurídico à retirada de direitos proporcionada pelas referidas leis deve passar pelo ajuizamento de Ações Diretas de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, o que depende de iniciativa de alguma entidade de âmbito nacional, mas, também, será atacada nos casos concretos.
A diretoria do CPERS está fazendo contato com outras entidades de servidores e com a Ordem dos Advogados do Brasil, que serão parceiras na proposição dessas medidas judiciais.
Tão logo tenhamos encaminhado as medidas judiciais a que nos referimos anteriormente voltaremos a dar informações através de nova nota." Site CPERS/Sindicato

"Pacotarso reforma a previdência e dá calote nas RPVs
O governo aprovou, na madrugada de hoje (29), dois projetos que afetam os servidores públicos em geral, inclusive policiais civis – que vão sofrer mais descontos de previdência sem nenhum reajuste salarial.
Um dos projetos aumentou o desconto de previdência para os atuais ativos e inativos, além de criar um fundo de capitalização para a aposentadoria dos novos servidores. O outro constrangeu o pagamento de Requisições de Pequeno Valor (RPVs).
Ambas as votações foram por maioria de votos. Os bastidores envolveram, além da crueldade nos resultados, requintes de práticas políticas condenáveis. “Havia gente recrutada que foi lá ser claque do governo e aplaudir o saque no bolso dos servidores públicos”, diz o vice-presidente da Ugeirm, que esteve no Plenário.
Reforma da Previdência
Todos os servidores serão taxados, em previdência, segundo a alíquota de 14% (aposentados se excedem o teto de 3.689 reais). Foi criado, em forma de abono, um mecanismo redutor de perdas para as faixas salariais de menor renda. “Abono não tem segurança jurídica. Daqui a pouco o abono acaba e todos pagamos mais”, lembra o vice-presidente do sindicato.
O governo diz que não haverá aumento do desconto para os ativos que ganham até 3.689 reais. A mordida do IPE Previdência aumentará em 40 reais para quem percebe até 5 mil reais. Acima de 7,3 mil reais, não existirá redutor. Quem ganha 8 mil reais hoje vai passar a contribuir com 240 reais a mais com a nova alíquota.
O dirigente lembra que o recuo do projeto original – que pretendia alíquota de 16,5% para a parte do salário que excedesse 3.689 reais – é uma evidência inequívoca de que o governo sabia se tratar de proposta inconstitucional. “A CCJ nem avaliou os projetos, foi a toque de caixa. Não houve audiência pública. A tramitação foi em regime de urgência”, acrescenta."
Para os futuros servidores, acaba o atual regime de repartição simples. Foi criado um sistema de capitalização para a aposentadoria de quem ingressar no serviço público. Assim, o valor dos benefícios ficará condicionado ao que for apurado, no futuro, pela aplicação de recursos no mercado financeiro. O governo diz que não haverá desvios.
Calote nas RPVs
As Requisições de Pequeno Valor serão pagas, até sete salários mínimos, em 30 dias. Acima disso, até o limite de 40 salários mínimos, o prazo será ampliado para 180 dias. Porém, todos os pagamentos ficarão condicionados ao limite de 1,5% da Receita Corrente Líquida.
Para se ter ideia, Yeda pagou quase 500 milhões em RPVs em 2010. Com o limite de 1,5%, Tarso vai pagar, no máximo, cerca de 350 milhões por ano até 2014. Isso forçará, inexoravelmente, uma fila para pagamento de RPVs, à semelhança do que existe com precatórios.
“São baixos valores executados judicialmente após longa batalha nos tribunais. Muitos policiais renunciaram ao valor a que tinham direito na esperança de receber em vida as RPVs. O governo aprovou um calote”. Site Ugeirm.

Inspeção veicular
O projeto que cria a taxa de inspeção veicular foi tentado desde o governo Britto. Uma vistoria que não traz segurança para o trãnsito e só se presta para aumentar a arrecadação do governo. Durante muito tempo lutamos para que esta proposta não se tornasse realidade. E agora o que vamos dizer em casa?

Teorias sobre redução da criminalidade nos EUA: lá e aqui não deixam de ser teorias.

A criminalidade nos Estados Unidos caiu ao seu nível mais baixo em duas décadas, segundo estatísticas divulgadas pela polícia federal americana, o FBI.

Desde 1991, os índices de delinquência seguiram caindo, mesmo em momentos políticos e econômicos distintos - nesses 20 anos o país passou por épocas de recessão e bonança, por governos republicanos e democratas..
Os roubos e assassinatos caíram pela metade entre 1991 e 1998. Se esse ritmo diminui no fim dos anos 1990, os últimos dados do FBI mostram que a tendência ganhou força de novo desde 2008 e continuou no ano passado, apesar das altas taxas de desemprego.

Não há uma única razão clara para essa tendência.

Mas a BBC reuniu dez teorias que tentam explicar o fenômeno:
1. Efeito Obama Este fator poderia justificar a redução acentuada dos últimos dois anos, segundo um dos especialistas mais respeitados do país nesse tema, Alfred Blumstein, autor de 'The Crime Drop in América' (A Queda da Criminalidade na América, em tradução livre).
Para Blumstein, a eleição do primeiro presidente negro da história americana pode ter servido de inspiração para jovens negros que, em outras circunstâncias, estariam envolvidos em roubos e homicídios, já que historicamente o envolvimento dos negros com a criminalidade é desproporcionalmente grande.
Esta é uma teoria altamente especulativa, afirma o professor, e provavelmente apenas um fator entre tantos outros - de outra forma, como explicar a queda acentuada em cidades como Phoenix, que não tem uma grande população negra?
'No campo da criminologia, não há indicadores consistentes como a física. Muitos fatores podem ter contribuído', afirma Blumstein.
Um estudo levando em conta notas escolares reforça a hipótese de que um negro na Presidência possa ter motivado alguns adolescentes afro-americanos a se esforçar mais nos estudos.

2. A queda na demanda por crack Para Blumstein, a tendência de redução da criminalidade nos EUA no início dos anos 1990 coincide com a redução na demanda por crack.
Passaram a circular e a ser mais conhecidos os perigos do uso dessa droga, e isto, junto com uma atuação decisiva por parte da polícia, levou a uma redução na violência por armas de fogo associadas ao tráfico de crack.
Exatamente o oposto havia ocorrido em 1985, quando a prisão de traficantes proeminentes levou a uma espiral de violência, na medida em que traficantes de menor importância, mais jovens e menos imprudentes, ocuparam o vácuo.

3. Atuação policial inteligente Ações policiais mais inteligentes ajudaram a diminuir o roubo de automóveis em 40% na cidade de Laredo, na fronteira texana com o México, no ano passado.
Segundo o porta-voz da polícia fronteiriça, Joe Baeza, esta queda se deu graças à introdução de um cadastro policial no qual os proprietários de veículos podiam registrar suas placas. De acordo com Joe Baeza, isto permitiu às patrulhas identificarem mais facilmente os veículos que eram parados.
O policial acrescenta que também foram tomadas ações para desmantelar as redes de roubo de automóvel e educar a população sobre a prevenção dos dispositivos antifurto.

4. Estatísticas O acompanhamento das estatísticas também ajudou em Laredo, onde a taxa total de delitos diminuiu 6% em 2010. Com a ajuda de um sistema chamado ComptStat, que mapeia os pontos mais críticos da criminalidade nas diversas partes da cidade, a corporação reforçou a segurança nas áreas mais necessitadas. O sistema começou a ser utilizado em Nova York.

5. Legalização do aborto Uma polêmica teoria do economista Steven Levitt diz que a prática legal do aborto - autorizada por uma lei de 1973 - implica no menor número de mulheres pobres, jovens e solteiras com filhos. Isso - diz ele - evitou que crianças não desejadas nos anos 1970 e 1980 se convertessem em adolescentes criminosos nas décadas seguintes. Alguns acadêmicos, no entanto, contestam a tese.

6. Criminosos atrás das grades O sociólogo John Conklin, da Universidade de Tufts, diz que um fato significativo para a queda da criminalidade nos anos 1990 foi o fato de haver mais criminosos atrás das grades, sem possibilidade de cometer outros delitos.
Em seu livro Why Crime Rates Fell ele diz que as sentenças nos anos 1960 e 1970 eram mais brandas, o que ajudou no aumento da criminalidade. Depois disso, foram construídas mais prisões e as condenações se tornaram mais duras.
Os que contestam essa hipótese questionam o fato de as cifras continuarem baixando nos últimos anos, quando limitações orçamentárias implicaram numa população carcerária relativamente pequena.

7. Menor exposição ao chumbo Uma economista da Amherst Collage, de Massachussets, vincula a queda da violência a uma menor exposição das crianças ao chumbo antes presente na gasolina. Jessica Wolpaw Reyes ressalta que 'mesmo níveis de baixos a moderados de exposição podem levar a problemas de comportamento, redução do coeficiente intelectual, hiperatividade e delinquência juvenil.
Você pode associar a queda do uso do chumbo, entre 1975 e 1985, a um declínio dos crimes violentos 20 anos depois'.
Cerca de 90% das crianças americanas nos anos 1970 tinham níveis de chumbo no sangue que hoje seriam preocupantes, diz ela. Seu estudo mostra a relação da criminalidade em alguns estados com as leis que baniram o uso do chumbo.

8. Nascidos no 'baby boom' envelhecem A geração do 'baby boom' (explosão no número de nascimentos no pós-Guerra) envelheceu. Como o ritmo de nascimentos em alta entre 1957 e 1961, a proporção de jovens nos EUA atingiu seu ápice nos fim dos anos 1970 e começo dos 1980. Com o passar do tempo, a proporção de pessoas na maioridade penal diminuiu.

9. Videogames Um estudo divulgado no último mês sugere que o videogame tirou os jovens das ruas, deixando-os longe do crime. Pesquisadores do Texas e do Centro para Pesquisa Econômica Europeia afirmam que esse efeito compensa qualquer impacto que o conteúdo de jogos possam ter para encorajar o comportamento violento.

10. Câmeras de celular Algumas pessoas sugeriram ao professor Blumstein que há outro elemento de contenção tecnológica, que é a proliferação de câmeras nos celulares, o que faz muitos criminosos pensarem duas vezes antes de cometer algum crime e aparecer em um vídeo. O impacto de outros tipos de câmera é incerto. Na Grã-Bretanha, há divergências sobre o impacto dos circuitos fechados de televisão nos índices de criminalidade.
Site G1 - 23.06.2011
Comentário: Lá como aqui é possível encontrar "especialistas" que insistem em tentar criar uma fórmula para explicar o aumento ou a redução da criminalidade. Enquanto isto, a mídia especula com uma impropriedade também muito similar.

"Auto de resistência (morte de suspeito em confronto)". Não foi sempre assim? O que mudou?

Delegacia investiga morte de jovem baleado por policial de UPP
Família diz que rapaz era trabalhador e nunca se envolveu com drogas

A Delegacia de Ipanema (13º DP) investiga a morte de um jovem de 19 anos que morreu com um tiro disparado por um policial da UPP (Unidade da Polícia Pacificadora) no morro do Pavão-Pavãozinho, em Ipename, zona sul do Rio de Janeiro. Segundo informou a viúva do rapaz, grávida de oito meses, o crime pode ter acontecido por decorrência de uma desavença entre o jovem e o policial.

- Um dia ele chegou muito chateado em casa e contou que havia sido levado para a delegacia sem nenhum motivo e liberado depois. Ele pode ter reencontrado este policial.
Ela contou ainda que a UPP foi um dos fatores que motivou o jovem a trocar a Favela do Dique, no bairro Jardim América, no subúrbio do Rio, para ir morar no Pavão-Pavãozinho.

- Ele veio morar aqui depois da minha gravidez, porque sabia que o local estava calmo depois da UPP. Agora, eu vou seguir minha vida criando a filha, que foi a única coisa que ele deixou, mas quero que seja feita Justiça.

A assessoria de imprensa da rede de supermercados onde o jovem trabalhava confirmou que ele era empregado da empresa desde abril e trabalhava como operador de loja no Norte Shopping, em Pilares, na zona norte da cidade.

De acordo com a esposa e testemunhas, o jovem foi comprar um lanche para a mulher e quando voltava para a casa foi provocado por um policial militar da UPP, que bebia à paisana em um bar da favela, por volta das 2h30 de domingo (11). Os dois discutiram, o policial sacou a arma e o rapaz tentou fugir, mas foi baleado nas costas. Na versão da PM (Polícia Militar), ele trocou tiros com os policiais depois de ser flagrado armado com um revólver calibre 32 e 63 papelotes de cocaína. Ele estaria acompanhado por dois comparsas, que conseguiram fugir.

Segundo a mãe do rapaz, o garoto "era o mais velho de nove irmãos e sempre deu o exemplo em casa". Ela diz que não aceita esta história de que "ele estava armado e vendia drogas. Acho que não tem nada estranho em alguém ir comprar um lanche de madrugada para a mulher grávida ou mesmo em um jovem ficar na rua neste horário. Meu filho tinha o direito de se divertir. Ele não tinha antecedentes criminais e sempre trabalhou. Quero Justiça".

A mãe e a viúva foram convidadas para uma reunião com o comandante da UPP do Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, Leonardo Nogueira, na tarde de hoje. A assessoria de comunicação das UPPs informou que nenhum inquérito interno foi aberto na PM para apurar a circunstância da morte do rapaz. A investigação está a cargo da 13ª Delegacia de Polícia de Ipanema, que registrou o caso como auto de resistência (morte de suspeito em confronto). Hoje, quatro testemunhas prestaram depoimento. Não houve perícia de local no dia da morte e ainda não há data para a reconstituição do crime. Agência Estado - 15/06/2011.

"Não cabe ao estado fazer juízo de valor sobre a opinião de quem quer que seja”

Supremo libera protestos a favor da legalização das drogas

O Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu nesta quarta-feira (15) o direito de cidadãos realizarem manifestações pela legalização de drogas em todo o Brasil. Por unanimidade dos oito ministros que participaram do julgamento, o STF decidiu que, a partir de agora, a Justiça não poderá proibir protestos e eventos públicos, como as marchas da maconha.

A Corte julgou ação proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que defende o direito a manifestações pela descriminalização das drogas, sem que isso seja considerado apologia ao crime.

Ativistas promovem Marcha da Maconha no centro de Brasília Justiça de SP volta a proibir a realização da Marcha da Maconha Decisão do STF sobre marchas da maconha 'defende liberdade', diz OAB Só no último mês, as marchas foram vetadas por decisões judiciais em pelo menos nove capitais brasileiras, com base no argumento de que esses protestos fariam apologia ao uso de drogas, que é crime previsto em lei.

A decisão do Supremo teve como base o direito, garantido na Constituição, de expressar ideias e se reunir para debater sobre elas. O relator do caso, ministro Celso de Mello, defendeu a liberdade de se manifestar desde que seja pacífica e não haja estímulo à violência.

Mello defendeu chamadas marchas da maconha que, para ele, não fazem apologia às drogas, apenas promovem um debate “necessário”.

“No caso da marcha da maconha, do que se pode perceber, não há qualquer espécie de enaltecimento defesa ou justificativa do porte para consumo ou tráfico de drogas ilícitas, que são tipificados na vigente lei de drogas. Ao contrário, resta iminente a tentativa de pautar importante e necessário debate das políticas públicas e dos efeitos do proibicionismo”, argumentou.

Em seu voto, Mello lembrou, no entanto, que se manifestar em favor da legalização das drogas não quer dizer que, durante as marchas pró-maconha, seja liberado o consumo de drogas. Por mais de uma vez, ele deixou claro que o tribunal não está “legalizando o uso de drogas”.

“A proteção judicial não contempla, e nem poderia fazê-lo, a criação de um espaço público imune à fiscalização do estado. Menos ainda e propugna que (...) os manifestantes possam ocorrem em ilicitude de qualquer espécie como, por exemplo, consumir drogas. (...) O STF está apenas assegurando o exercício de duas liberdades fundamentais: o direito à reunião e à liberdade de pensamento. O Supremo não está legalizando o uso de drogas”, afirmou.

A ministra Cármen Lúcia citou a “criatividade” dos manifestantes para debater o assunto, mesmo diante das proibições. Em algumas marchas, a palavra “maconha” foi trocada por “pamonha” e os atos transformados em protestos pela liberdade de expressão.

“A liberdade é mais criativa do que qualquer algema que se possa colocar no povo. (...) Alguns avanços se fazem dessa forma, postulando algo que neste momento é tão grave e com o tempo passa a ser normal para todo mundo. Tenho profundo gosto pela praça porque a praça foi negada a nossa geração”, afirmou a ministra ao fazer referência a proibição de manifestações públicas durante o regime militar (1964-1985).

Ao defender o direito de protestar sobre esse assunto, o ministro Luiz Fux fez uma advertência. Para ele, crianças e adolescentes não poderiam participar de manifestações, como as marchas da maconha.

“Não é adequado que crianças e adolescente cuja autonomia é limitada sejam compelidos a participação ativa no evento. O engajamento de menores em movimentos dessa natureza, expondo deles a defesa ostensiva do consumo legalizado de entorpecentes, no meu modo de ver, interfere no processo de formação de sua autonomia”, afirmou o ministro.

Na primeira parte do julgamento, os ministros rejeitaram pedido feito pela Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos (Abesup) para legalizar o cultivo doméstico da planta da maconha e seu uso para fins medicinais e religiosos.

A vice-procuradora-geral da República Deborah Duprat, responsável pela ação, defendeu a importância de que o Supremo se pronuncie definitivamente sobre o assunto. Segundo ela, os as leis anteriores à Constituição de 1988 devem ser reinterpretadas de acordo seus princípios.

“A primeira grande objeção é supressão da visão positivista de que aos textos são unívocos, de que as palavras se colam às coisas de modo definitivo. O que está em debate é a liberdade de expressão como uma dimensão indissociável da dignidade da pessoa humana. Não cabe ao estado fazer juízo de valor sobre a opinião de quem quer que seja”, afirmou a vice-procuradora. Débora Santos - Do G1, em Brasília,16/06.

UPP: Unidade de Polícia Pacificadora ou Um Projeto de Poder?

Por Leonardo Martins

Tenho acompanhado de perto a relação entra as UPPs e as comunidades que por elas são "atendidas", o que possibilitou fazer uma leitura do que acontece e do que vai acontecer.

Primeiro gostaria de dizer que as UPPs estão fadadas ao fracasso. Após ouvir algumas teorias, que respeito muito, sobre as UPPs estarem sendo implementadas num "cinturão" privilegiado, visando a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, apesar de terem uma certa razão, acho sinceramente que o buraco é muito mais embaixo do que parece.

O primeiro passo de implementação da Unidade de Polícia Pacificadora é o anúncio acerca da Comunidade que será "pacificada". Apesar de encontrar vozes contrárias a esta forma de atuação, acho que está perfeita, por evitar confrontos desnecessários, com possíveis balas perdidas e, muito provavelmente, banho de sangue. Ponto para SSP.

O passo seguinte deveria ser a criação de uma polícia comunitária autônoma da Polícia Militar, que trabalharia nas comunidades pacificadas em sistemas de rodízio – a cada 6 meses os integrantes trocariam de comunidades – minimizando, desta forma, possíveis "milícias". Este ponto específico tratarei em um próximo artigo.

Mas o projeto não é esse. As UPPs são, antes de tudo, um projeto de poder, de controle de um espaço tradicionalmente submetido à opressão. Os novos Capitães, que comandam as UPPs são os novos "donos do pedaço", em substituição aos traficantes que ali se encontravam. Autorizam bailes, mandam baixar o som dos moradores, escolhem as músicas que os moradores podem escutar, determinam horário e condutas pessoais, intimam e intimidam àqueles que tem uma opinião mais crítica acerca da função da polícia, como por exemplo o fechamento da rádio comunitária do Andaraí, pela Polícia Federal, sobre o pretexto de rádio pirata e atrapalhar o tráfego aéreo.

Nesse compasso, para o êxito do projeto, há apenas um entrave: a Associação de Moradores. Um arremedo de solução começou com a tentativa de associar os presidentes das Associações de Moradores ao tráfico de drogas, como ocorreu com Laéria Meirelles, presidente da Associação de Moradores do Morro da Formiga, que foi presa sob esta acusação. A partir da prisão da Laéria, alguns presidentes, quando se opunham às ordens dos Capitães, como me foi relatado, ouviam a seguinte "recomendação": cuidado, presidente, lembra do que aconteceu com a Laéria? Infelizmente, alguns presidentes foram cooptados, seja por medo, seja por qualquer outro motivo, não oferecendo nenhuma resistência. Até quando?

Ainda na esteira de "comandar" também a associação de moradores, numa tentativa de acabar com oposições às políticas e críticas ao Governo, as UPPs informaram que vão organizar as eleições para as Associações de Moradores[1]. Embora pareça e, na minha opinião é, um golpe, ainda não garante o domínio absoluto do território, uma vez que o eleito pode não ser o da base governista ou pode mudar de lado.

Percebendo a fragilidade desta relação, o governo do Estado criou então a UPP Social, transferido para a Prefeitura, que consiste na criação de núcleos, um em cada comunidade, como uma "frente de trabalho", para pesquisar às demandas necessárias às comunidades, fazendo a intercessão com as agências de serviços públicos e trazendo respostas às demandas. Cada núcleo, ou seja, cada comunidade, terá um"Gerente", que é um funcionário do governo, no caso da Prefeitura, que será o novo responsável pelo articulação comunidade-demanda por serviços públicos.

Este trabalho tem como finalidade o esvaziamento das Associações de Moradores, usurpando as suas funções, deslegitimando suas lideranças e colocando em xeque a sua existência.

Assim, a comunidade, que já está tomada pelo poder armado do Estado, fica também controlada politicamente. O que significa tudo isso? Para que o Governo arquitetaria um plano tão maquiavélico? A troco de que? A resposta é a mesma encontrada pela CPI das milícias e divulgada pelo filme Tropa de Elite 2: dinheiro e, principalmente, voto. As UPPs, são milícias institucionalizadas pelo Estado, aceitas pela grande mídia e pela "sociedade". As UPPs são, antes de mais nada, Um Projeto de Poder.
http://www.anf.org.br/2011/05/policia-organizando-eleicoes-em-favelas/

A midia justiceira.II

A frustração da mídia e dos jornalista pela decisão do STF, confirmando que o Presidente é quem decide a questão da extradição, e que Batistti, que também não conheço, deveria ser posto em liberdade, deixou nossa mídia justiceira frustrada. Fizeram cara de que não conseguiam entender como isso pode acontecer se estiveram o tempo todo patrulhando o processo. Que traição sofreram do STF. Assim é difícil fazer jornalismo independente.

A midia justiceira.

Não conheço Palocci, não tenho sequer muita simpatia por sua figura (acho que ele sorri demais), mas estou impressionado com “a fragilidade moral e ética” de nossa sociedade. Pobre de qualquer cidadão ou político, que caia na rede da mídia. Não tem recurso, não tem apelação e não tem justiça. Acabou, será condenado para o resto de sua existência. Não importa o tamanho de seu delito, se é que ele existiu. Ele, sua familia, seus amigos e seus herdeiros estarão marcados como “animais” para o abate. Para nada mais servirão, já que a hipocrisia nacional, decorrente do julgamento da mídia, não permitirá que revertam as Inferências caluniosas realizadas.

A incompetência dos poderes legislativo e judiciário nos induz a acreditar que todo o denunciado é culpado e deve ser eliminado sem o direito da dúvida.

Para mostrar o tamanho da hipocrisia, no mesmo dia da queda de Palocci, um famoso banqueiro esta sendo inocentado por um Tribunal Superior porque as provas que foram conseguidas contra ele contaram com a ajuda da ABIN. Ora, não venham com “churumelas”. Vivemos numa sociedade predadora que opta por descartar qualquer um que não esteja dentro do padrão hipócrita que a baliza.

Quantos Paloccis ainda teremos que ver pré condenados para que tenhamos coragem de compreender que uma sociedade não é justa se tratar seus cidadãos de forma comercial e descartável? Aliás, qual político, empresário ou jornalista que não busca ou recebe benefícios pelas relações que desenvolve com suas atividades?

Espero que a partir de agora ninguem mais use este artifício. E espero que condenações aconteçam apenas no judiciário enquanto que na mídia encontremos apenas notícias. Do contrário levaremos décadas para ter um País e uma cidadania respeitada.

E o partido dos trabalhadores? Quanta agilidade para abandonar um companheiro. Os governos que nos antecederam eram muito mais profissionais. Quando tinham seus parceiros acusados, sempre resistiram e os defenderam ignorando a pressão da mídia tão nefasta aos companheiros petistas. Se o partido continuar assim, tão fraco na defesa de seus filiados, certamente será o único marcado pela corrupção. Afora estarmos contribuindo para mostrar que nos outros partidos só existem santos. Alias, não sei porque eles foram tirados do governo, já que são tão honestos e transparentes.
Será que a hipocrisia nacional que acusa os petistas de desonestos vai prevalecer sobre a falsa honestidade dos outros? E as midia justiceira, qual será seu limite?

PROFETAS APOCALIPTICOS

“A civilização atual a tudo confere um ar de semelhança“
 M.Horkheimer e T.Adorno – a Indústria Cultural, 1947

"Theodor Adorno – cujo centenário de nascimento celebra-se neste 11 de setembro – nascido em Frankfurt, na Alemanha, em 1903, foi daqueles tantos intelectuais, cientistas, artistas, compositores e escritores alemães, que, na década de 1930, por serem de descendência judaica ou por inclinarem-se pelo socialismo, ou ambas as coisas, foram obrigados a emigrar para os Estados Unidos, naquilo que foi, talvez, a maior evasão de cérebros registrada na história contemporânea. Ele pertencia a um grupo de pensadores extremamente sofisticado que fazia parte da famosa Escola de Frankfurt, fundada em 1923, e que fora constrangido a sair do país nos anos seguintes da ascensão do nacional-socialismo ao poder.

É de se imaginar o contentamento dele quando, ainda na Suíça, no outono de 1938, recebeu um inesperado telefonema de Londres do seu particular amigo e parceiro, Max Horkheimer. Era um convite para que ele fosse à América para assumir uma pesquisa a serviço da Universidade de Princeton, a mesma que, em 1933, convidara Albert Einstein para integrar o seu corpo docente.

Tratava-se de um projeto e tanto, pois a Radio Research Projet queria saber tudo sobre os ouvintes norte-americanos. Nova Iorque provocou-lhe uma estranha reação. Chocou-o a convivência dos “palácios colossais…dos grandes cartéis internacionais”, com sombrios edifícios erguidos para os pequenos negócios, formando, no geral, um ar de cidade desolada. Nem mesmo o plano municipal de levar gente a morar nos subúrbios mais afastados, dando as residências um ar de individualidade, o consolou.

A estandartização americana

Para ele, um europeu refinado que passara boa parte da sua vida cultivando a música modernista de Alban Berg e, depois, a de Schönberg e sua atonalidade incidental, a América pareceu-lhe toda igual. Contraditoriamente, o país que mais celebrava e enaltecia a singularidade, a cada um procurar ser algo bem diferente dos demais, não parava de produzir e imprimir tudo idêntico, tudo estandartizado. A imensa rede de atividades que cobria toda a cidade era regida apenas pela ideologia do negócio. Numa sociedade onde as pessoas somente sorriam se ganhavam uma gorjeta, nada escapava das motivações do lucro e do interesse.
Aprofundando-se no estudo da mídia norte-americana, entendeu que por detrás daquele aparente caos, onde rádios, filmes, revistas e jornais, atuavam de maneira livre e independente, havia uma espécie de monopólio ideológico cujo objetivo era a domesticação das massas.

Quando o cidadão saía do seu serviço e chegava em casa , a mídia não o deixava em paz, bombardeando-o, a ele e à família, com programas de baixo nível, intercalados com anúncios carregados de clichês conformistas, comprometendo-o com a produção e o consumo.

Não se tratava, para ele, de que aqueles sem fim de novelas e shows de auditórios refletissem a vontade das massas, algo autêntico e espontâneo, vindo do meio do povo. Um anseio que os profissionais da mídia apenas procuravam dar corpo, transformando-os diversão e entretenimento.

Ao contrário, demonstrava, isso sim, a existência de uma poderosa e influente indústria cultural que, de forma planejada, impingia aos seus consumidores doses cavalares de lugares comuns e banalidades, cujo objetivo era ajudar a reproduzir “o modelo do gigantesco mecanismo econômico” que pressionava sem parar a sociedade como um todo.

Lá, na América, não havia espaço neutro. Não ocorria uma cisão entre a produção e o lazer. Tudo era a mesma coisa, tudo girava em função do grande sistema. Dessa forma, qualquer coisa que causasse reflexão, uma inquietação mais profunda, era imediatamente expelida pela industria cultural como indigesta ou impertinente."

Calma, isto foi na América em 1938, e foi uma tema para redação. Nada a ver com o que asssistimos na mídia nacional. Aqui, em cada rádio ou tevê, para nos ajudar a pensar, existe um profeta apocalíptico que  afirma que o fim já chegou. Mas não se assuste. Afinal, se vivemos o caos, como eles afirmam, até que estamos no lucro.