Até quando PM e PC terão a desconfiança da populaçao

Pesquisa Datafolha informa que na cidade de São Paulo 60% dos moradores "acreditam que a PM passa mais temor do que segurança". A pesquisa indicou que 21% dos entrevistados disseram que "têm mais medo da polícia do que dos bandidos e outros 27% afirmaram que temem os dois da mesma forma". A Polícia Civil possuí índices semelhantes, onde 55% da população disse teme-la. 
Governadores, comando das polícias, entidades de classe e todos os policiais deveriam impactar-se com esses indícios. O discurso  de policia desequipada e abandonada não terá eco junto a população enquanto ela acreditar que a polícia é corrupta e violenta.







O que temos visto são grandes investimentos em equipamentos que dão aparente modernidade às polícias acompanhado por ações truculentas e equivocadas, praticadas desde o período da ditadura militar. 
Achar-se abandonado pela falta de atenção  e valorização dos policiais não justifica a continuidade de erros que têm caracterizado tanto uma como outra polícia, com nota mais negativa à PM que demonstra despreparo pelo uso abusivo da força e total desrespeito às pessoas por acharem que "estão combatendo inimigos". Tratam um homicida da mesma forma que o motorista infrator, com truculência. 
A PC escudada na desculpa de que não dispõe de estrutura e pessoal suficiente, burocratizou-se atrás do inquérito policial, atua com apenas 20% de seu pessoal na investigação de crimes, com o maior número de servidores em atividades administrativas. Esta configuração frusta a expectativa da maior parte da população que não acredita que registrar ocorrência vai resultar na elucidação dos crimes. 
A relação polícia e população brasileira é conturbada. São vistas com baixa eficiência e seletivas na forma de atuar. Apesar das disputas entre uma e outra, das acusações recíprocas, ambas estão desacreditadas porque perderam muito de seu profissionalismo e dos compromissos com suas atribuições estando muito mais preocupadas com questões internas e administrativas do que com o serviço que oferece à população. É lamentável mas verdadeira esta constatação.
O curioso é que todos os policiais sabem desta realidade mas pouco se dedicam para a mudança. Delegados e oficiais militares se digladiam por vantagens corporativas e usam os demais servidores como empregados, secretários e meros cumpridores de suas determinações. Não os respeitando como policiais, criam um ambiente promiscuo onde a corrupção, a violência e intimação são instrumentos de trabalho. 

Quando será a hora que policiais civis e militares irão se profissionalizar para prestar um serviço altamente qualificado para a população?