Há mais de dois anos da implantação da UPP (Unidade de Policia Pacificadora). O que melhorou?

Aqui apresento uma ótica de quem vive lá - Rapper Fiell
Já estamos em 2011, e ainda quase nada de melhoria coletiva chegou ao morro do Santa Marta. Sim, medidas paliativas sim, isso chegou e irá chegar sempre. Eu me refiro a mudanças revolucionárias, onde o povo poderá viver de forma igualitária, com mais saúde, moradia digna, alimentação de qualidade. Isso não chegou e vai além da UPP.
Falo além da UPP, porque me lembro de toda a midiática em prol da revolução chamada de UPP. Isso fez até os próprios policiais acreditarem que eles realmente são revolucionários. Certo dia eu conversei com um deles e ele me afirmou que trouxe melhoria para a favela Santa Marta. Eu em seguida o perguntei se ele poderia fazer uma reforma na minha casa, pois estar com várias infiltrações. Ele ficou sem me responder.
Agora, eu quero tirar a UPP desse texto e falar sobre a nossa vida hoje no morro Santa Marta. O desafio que será para todos os moradores permanecerem neste território de negócios para a especulação imobiliária. Vejo um outro morro Santa Marta, onde moram estudantes de classe media, estrangeiros. Onde há disputa para alugar um barraco de dois metros quadrados pela quantia de R$ 350. Vejo bar se transformando em república, vejo bares tendo que se adaptar à tendência de ser empreendedor. Vejo as marcas excedentes de
bebidas alcoólicas nesses bares, em troca de cadeiras e mesas. Vejo também muitos comércios agonizando para resistir à morte, demitindo funcionários e aumentando seus preços.
Cadê a melhoria que falaram tanto na TV Globo e nos outros meios de
comunicação? A Globo viveu ineditamente 30 dias aqui no Santa Marta durante o dia para mostrar as melhorias. Mas nunca nos deu voz.
Agora, existe uma melhoria que eu também reconheço: diminuíram as armas nas mãos dos civis e hoje não ouvimos mais tiros a esmo. O número de mortes com armas letais reduziu. Isso é muito bacana e direito nosso, já que no Brasil
não vivemos em uma guerra. Porém, sabemos quem bota essas armas nas mãos dos consumistas do tráfico. E não é morador de favela não.
Fiz uma pesquisa e constatei que para nós trabalhadores e moradores das favelas da Zona Sul, para sobreviver só com esses quatro itens: aluguel (R$ 350 mensais), café da manhã (R$ 3,50 por dia, total de R$ 105 em 30 dias), almoço (R$ 7 por dia, total de 210 em 30 dias), jantar (R$ 7 por dia, total de 210 em 30 dias) terá que desembolsar a quantia de: 875,00 reais. Vale lembrar que o salário mínimo é de R$ 530. Eu não incluo comprar leite, gás de cozinha, remédio, roupa, pagar conta de luz, TV a cabo etc.
Até a chegada das Olimpíadas, não sei se estaremos aqui no morro Santa Marta. Hoje, mais do que nunca, temos um custo de vida muito caro. A nossa conta de luz chega com valores aleatórios. No mês passado eu paguei R$ 50, sem ninguém ficar em casa, pois trabalhamos o dia todo fora. Nesse paguei R$ 45. Tenho conhecimento que alguns moradores estão pagando R$ 80, R$100. Cadê a tarifa social?
Sutilmente, estão “higienizando” a favela, sem que a totalidade dos
moradores perceba. A mídia pulveriza a mente do trabalhador com o slogan de favela modelo e que temos que agradecer ao santo Sérgio Cabral governador do Rio de Janeiro. O Presidente Lula veio ao morro Santa Marta em setembro de 2010 e propagou que temos que esquecer o nome favela, pois esse já passou e é feio. Mas ninguém comenta a omissão com os moradores do pico do morro, pois lá não chegou absolutamente nada de urbanização. Toda essa transição beneficiou alguém: os enclaves fortificados dos ricos. Esses estão felizes
da vida, com o aumento dos seus imóveis, de R$150 mil para R$ 300 mil e R$ 400 mil etc.
Hoje não podemos realizar o baile funk no morro, mas os blocos de fora do morro, fazem seus eventos aqui e rola mais do que um baile funk. A UPP também fazem suas festas, e não tem nenhum problema.
Faço uma convocação para todos os trabalhadores que querem residir nas favelas, principalmente da Zona Sul. Vamos nos organizar porque as remoções vão vir e toda nossa historia irá virar mais um livro para sociólogos e pesquisadores que não moram em favelas.
*Rapper Fiell, coordenador do Coletivo de Hip-hop VISÃO DA FAVELA BRASIL, morador do morro Santa Marta.* http://www.visaodafavelabr.blogspot.com/

O corte necessário

Denúncia do MP-RJ aponta rede criminosa de presos na 'Guilhotina'
Acusados agiam em delegacias ou área estratégica da Segurança Pública.Denúncia aponta formação de quadrilha, corrupção e outros crimes.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro ofereceu nesta sexta-feira (18) denúncia contra 43 investigados na Operação Guilhotina, deflagrada na sexta-feira (11) passada. Na ocasião, foram presos policiais civis e militares. As acusações apontam crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, peculato e violação de sigilo funcional e outros delitos. A denúncia foi feita ao Juízo da 32ª Vara Criminal da Comarca do Rio.
De acordo com a denúncia, os acusados atuavam em delegacias ou emposições estratégicas da Segurança Pública. Os policiais "formavam quatro grupos criminosos que atuavam independentemente utilizando-se das facilidades proporcionadas pelos cargos que exerciam".
Controle de áreas públicasEm uma investigação, o MP diz que os denunciados atuavam em forma de milícia da Favela Roquete Pinto, no bairro de Ramos, na Zona Norte do Rio. A quadrilha exercia o controle armado das ruas e áreas públicas da região, e era responsável pelo serviço de “gatonet”, pelo monopólio e o controle da distribuição de gás e água, pelo controle do transporte alternativo e pelo estacionamento na área do “Piscinão de Ramos”.
Os denunciados também cobrariam uma taxa pela venda de qualquer imóvel na região, além de cobrar uma taxa básica de cada morador a título de “segurança”.Denúncia destaca envolvimento de delegadoO delegado Carlos Oliveira, ex-braço direito do ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, estaria inserido nesse grupo. Segundo o MP, Oliveira era "o responsável por facilitar as atividades ilícitas do grupo," por seu alto posto na hierarquia policial.
Um dos denunciados, informante da polícia e morador do Conjunto de Favelas do Alemão, tinha a função de identificar locais de guarda de armas e drogas na comunidade. Ele teria sido o responsável, durante a invasão policial ao Alemão, pela indicação "de diversos locais onde foram apreendidas armas, drogas, bens e dinheiro, sendo certo que parte do 'espólio' foi desviado em proveito do grupo.'"
Em 2005, houve uma operação realizada no Morro do Urubu, onde foram desviadas 1 submetralhadora Uzi; 1 fuzil AR-15; e 3 pistolas da marca Rugger, calibre 45. Segundo o MP, Carlos Oliveira teria ficado com a submetralhadora UZI.
Em 2008, em uma operação realizada no conjunto de favelas do São Carlos e Morro da Mineira, foram desviados: 4 fuzis calibre 7,62; 15 pistolas, de diversos calibres, marcas Bereta, Glock e Rugger; e farta quantidade de munição.
O grupo teria revendido os fuzis para o chefe da segurança da Igreja Universal, enquanto que o restante do armamento ficou para o “fortalecimento da quadrilha”.
No final do ano de 2010, nas invasões da Vila Cruzeiro e do Alemão, os denunciados ofereceram os serviços de seus informantes, cobrando uma taxa de 30 % de tudo que fosse apreendido como “espólio de guerra”.
Segundo o MP, os denunciados se referiam à àrea como “serra pelada”, local onde, na gíria policial, poderiam “garimpar”.
No dia 11 de fevereiro de 2011, na operação denominada “guilhotina”, foi apreendido com os mandados de busca e apreensão contra os denunciados: farta quantidade de munição, um fuzil, três pistolas e uniformes de grupos especiais da polícia (Core e Bope); grande quantidade de dinheiro, bem como, diversos documentos demonstrando grande movimentação de numerário. Além disso, foi apreendida a contabilidade da milícia, onde consta o registro do pagamento das “taxa de segurança” e “taxa de venda de imóvel”.
Revenda de armasEm outra investigação, o MP informa que denunciados faziam apreensões em territórios de uma facção criminosa e desviavam parte do material, sendo então negociados com os traficantes Nem, da Rocinha e Roupinol, de São Carlos, pertencentes a outra facção.
Segundo o MP, no ano de 2009, denunciados passaram a informar Roupinol e Nem de operações policiais, recebendo R$ 50 mil por mês de cada um.Além desse pagamento mensal, eles revenderam armas apreendidas e desviadas também ao traficante Roupinol.
No dia 11 de fevereiro de 2011, quando da deflagração da “Operação Guilhotina”, policiais federais arrecadaram diversas armas, munições e acessórios para arma de uso restrito na casa dos acusados.Segurança para contraventoresO MP identifica também o envolvimento de dez PMs, dois policiais civis e mais uma pessoa na prestação de segurança privada, mediante pagamento, em estabelecimentos nos quais eram praticados crimes e contravenções.Eles são acusados ainda de explorar casas de jogos de azar e caça-níqueis em, pelo menos, três imóveis, localizados em Botafogo, Bonsucesso e Barra de Guaratiba. Aluizio Freire Do G1 RJ - 18/02/2011 19h22.
Comentário: nunca esquecer que se trata de uma denúncia do MP. Temos que aguardar o julgamento.

PMs gaúchos temem perder benefício de R$ 433 em programa do governo federal

Uma mudança no Bolsa-Formação pode impossibilitar que servidores da área da segurança ganhem o benefício do governo federal. A portaria 109, publicada no dia 4, determina que as inscrições para receber o auxílio mensal de R$ 443 devem ser feitas até o dia 27. Assim, aqueles que, em 2010, inscreveram-se de março em diante, não estarão aptos à renovação porque ainda estarão recebendo o dinheiro.Conforme o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar (Abamf), Leonel Lucas, cerca de 11 mil policiais militares estão credenciados no programa, destinado a policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários, agentes carcerários, peritos e guardas municipais:— Pela nova regra, mais de 8 mil brigadianos podem perder a bolsa. No ano passado, eles se inscreveram depois do prazo que a portaria estabelece para 2011. Os outros 3 mil não correm risco porque ingressaram antes, são novos — explica Lucas.
O programa
- O Bolsa-Formação faz parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci)
- O governo federal paga R$ 443 por mês, durante um ano, para agentes da segurança que se inscrevem em cursos de qualificação à distância
- Para se habilitar, os bolsistas devem ganhar até R$ 1,7 mil, e não podem ter nenhuma condenação penal ou administrativa grave nos últimos cinco anos
- Os cerca de 50 cursos duram, em média, três meses. Pode-se receber a bolsa por 12 meses com apenas um curso. Quem é reprovado perde o benefício
- Só podem participar os profissionais de Estados e municípios que fazem parte do Pronasci e que tenham assinado o termo de adesão ao projeto Bolsa-Formação
ENTENDA O CASO
- Desde 2008, os servidores da área de segurança no Estado podem aderir ao Bolsa-Formação.
- Antes da publicação da portaria 109, em 4 de fevereiro, não havia prazo definido para que os servidores se inscrevessem em um dos cursos e solicitassem o pagamento do benefício. Isso permitiu que servidores escolhessem cursos e pedissem a bolsa em meses posteriores a fevereiro
- Aqueles que, em 2010, começaram a receber os pagamentos a partir de maio, por exemplo, só poderiam renovar o benefício em maio de 2011, fora do prazo estabelecido pela portaria
- Não há uma definição se será aberto um novo período de renovações. Se elas se tornarem anuais, muitos beneficiados terão de esperar até 2012 para ter o benefício novamente. Jornal ZERO HORA
Informação constante no site do Ministério da Justiça
Bolsa Formação altera dinâmica de inscrição e seleção de candidatos
Brasília, 04/02/2011 (MJ) - O projeto Bolsa Formação mudou a sua dinâmica de inscrição e seleção de candidatos. O objetivo é racionalizar e tornar mais eficiente a aplicação dos recursos do projeto e fazer com que ele atenda melhor à sua finalidade. A inscrição, a partir de agora, passa a ser anual. As novas regras e diretrizes do projeto seguirão o disposto na portaria nº 109, publicada nesta sexta-feira (4). Em 2011, as inscrições serão abertas no dia 7 de fevereiro e se encerram no dia 27 do mesmo mês. As categorias de profissionais que podem ser contemplados permanecem as mesmas. Da mesma forma, permanecem as condições para participar do programa. As mudanças chegam para melhorar o atendimento ao beneficiário, que deve estar muito atento à documentação. Para evitar erros na aprovação da inscrição, o profissional deve repassar informações precisas, a fim de não prejudicar seu cadastramento no projeto. Continuam sendo beneficiadas as seguintes categorias profissionais: policiais militares, policiais civis, bombeiros, agentes penitenciários, agentes carcerários, peritos e guardas municipais. Não houve alteração nos critérios que definem quais profissionais podem se candidatar à Bolsa. Como já ocorre hoje, os profissionais devem ter remuneração bruta de até R$ 1.700,00, não podem ter condenação penal ou condenação administrativa grave nos últimos cinco anos e também devem ter participado de algum curso reconhecido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) ou pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) nos últimos 12 meses. Os documentos que devem ser fornecidos no ato da inscrição são os seguintes: contracheque mais recente de 2011, certidão negativa de infração administrativa dos últimos cinco anos, certidão criminal negativa da Justiça Comum dos últimos cinco anos, certidão negativa da Justiça Federal dos últimos cinco anos. Os profissionais militares ainda devem apresentar certidão negativa da Justiça Militar. É importante lembrar que só podem participar os profissionais de estados e municípios que fazem parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) e que tenham assinado o termo de adesão ao projeto Bolsa Formação. O projeto Bolsa Formação oferece aos profissionais de segurança pública uma bolsa com o valor mensal de R$ 443,00. As pessoas que participam do projeto e recebem bolsas atualmente não deixarão de recebê-la pelo período definido e previsto anteriormente. Estas pessoas, no entanto, não poderão se inscrever para o processo de seleção que se iniciará no próximo dia 7, devendo aguardar um novo período de abertura de inscrições.


PORTARIA Nº 109, DE 3 DE FEVEREIRO DE 201l - Ministério da Justiça
Disciplina a execução do Projeto Bolsa Formação para o ano de 2011.
O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA, no uso das atribuições previstas nos incisos I e II,
parágrafo único, do art. 87, da Constituição Federal, nas alíneas "a" e "d", do inciso XIV, do
art. 27 da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, no Decreto nº 6.061, de 15 de março de
2007 e tendo em vista ao disposto no artigo 17 do Decreto nº 6.490, de 19 de junho de 2008,
resolve:
Art. 1º O prazo para solicitação de Bolsa-Formação será de 07 a 27 de fevereiro de 2011.
Art. 2º As Bolsas serão distribuídas por categoria profissional e por unidade da Federação,
nos termos do Anexo desta Portaria.
§ 1º Na hipótese do número de solicitações ser maior que o número de vagas
disponibilizadas, dar-se-á preferência àqueles que nunca receberam o benefício.
§ 2º As solicitações cadastradas no SISFOR até o dia 18 de janeiro de 2011, e não
analisadas, terão prioridade na tramitação e concessão do benefício.
§ 3º Os atuais beneficiários do Programa não poderão solicitar nova concessão,
independentemente da previsão de finalização do recebimento do benefício.
Art. 3º As solicitações de Bolsa-Formação serão apreciadas pela coordenação local do
Projeto até o dia 13 de março de 2011 e homologadas pela Secretaria Nacional de
Segurança Pública até o dia 15 de abril de 2011.
Parágrafo único. O Departamento Penitenciário Nacional será o responsável pela
homologação e fiscalização das Bolsas concedidas aos agentes penitenciários e aos agentes
carcerários.
Art. 4º Os casos omissos serão disciplinados pelo Comitê Gestor do PRONASCI.
Art. 5° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ EDUARDO CARDOZO
Publicada no DOU nº 25, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011, Seção I, página 28

Sem comentários, ainda.

RJ gratifica policiais e unidades que superaram metas

"O governo do Rio de Janeiro anunciou nesta quinta-feira os policiais e as unidades de polícia que serão gratificados por apresentar bons resultados no combate ao crime no Estado no último semestre. Esses serão os primeiros contemplados com o benefício desde que o governador Sérgio Cabral anunciou, em dezembro de 2010, a duplicação do valor a ser pago. De acordo com ele, a gratificação será paga ainda neste mês.

Cada policial contemplado irá receber valores que variam de R$ 1 mil a R$ 3 mil. O aumento estava previsto para valer somente a partir dos resultados do primeiro semestre de 2011, mas, em função do bom resultado obtido, Cabral decidiu retroagir o efeito da iniciativa para quem alcançou as metas no último semestre do ano passado.

Em primeiro lugar, ficou a Área Integradas de Segurança Pública 19, no bairro de Copacabana, zona sul do Rio, formada pelo 19º BPM e pelas 12ª e 13ª DPs. Na segunda colocação, a AISP 29, que engloba o 29º BPM (Itaperuna) e seis delegacias do norte fluminense. Em terceiro, a AISP 6, região do 6º BPM (Tijuca), que envolve bairros da circunscrição das 18ª, 19ª e 20ª DPs. Outros nove batalhões de polícia e 19 delegacias também receberam prêmios pelos bons resultados alcançados.
Mais notícias de Polícia". Fonte Jornal O Dia.

Comentário

Será que conseguiríamos imaginar uma manchete assim: "RJ gratifica os juizes e servidores de Varas Judiciais"que superaram metas; ou quem sabe: "RJ gratifica deputados que superaram metas";....

Pode ser qualquer Unidade Federada. E não se pode dizer que o RJ ou os policiais estejam errados ao conceder e receber a gratificação. A questão salarial dos servidores policiais é tão constrangedora que os governos necessitam "dar-lhes" gratificações para que tenham condições de executarem suas atividades com mais vigor.

Continua sendo incompreensível que governos que pagam altos salários para diversos segmentos de sua estrutura não compreendam que um servidor policial tratado com indiferença e submetido a condições de vida indignas atuará de forma correspondente na execução de suas atividades.

É hipocrisia argumentar que o "bom policial" sempre será bom sob qualquer condição. São seres humanos cheios de necessidades que recebem a indiferença como troca pelo trabalho que executam.

A polícia é uma estrutura de estado necessária para a organização social em qualquer sociedade. No Brasil é usada como "bode espiatório" decorrente da falta de resultados das más políticas sociais que não atingem toda a população.

Assim como grande parte da sociedade, apesar dos muitos discursos, continuam sofrendo para sobreviver.

Parabéns ao governador carioca que, não dignificando o salário de todos os policiais, socorre alguns privilegiados. Obterá, certamente, resultados pontuais mas que não se manterão como política pública.

Graves problemas decorrerão dessa ação que excluí a maioria dos servidores.

Aumenta a participação dos negros na política

"O primeiro parlamentar federal negro eleito foi Eduardo Gonçalves Ribeiro, maranhense e filho de escrava. Anteriormente, já havia sido o primeiro afrodescendente a assumir um governo de província, a do Amazonas, de 1892 até 1896. Logo em seguida, é eleito senador, mas não toma posse. Em 1897, foi eleito deputado federal, exercendo o mandato até sua morte em 1900. De lá para cá, o voto étnico negro produziu interessantes situações de sucesso eleitoral, como Alceu Collares, no Rio Grande do Sul, Albuíno Azeredo, em Vitória, em 1991, ambos do PDT, Benedita da Silva, do PT, em 1989, Celso Pitta, do extinto PPB, em 1996, e o caso clássico de Leonel Brizola com seu "Socialismo Moreno", mas que não conseguiu tirar a massa negra do processo de alijamento eleitoral, haja vista a pouca representatividade própria dos negros que se sagraram vitoriosos nas eleições de 2006 e 2008.

No entanto, cresceu em 3% a participação dos negros na política brasileira, que era de apenas 5% na última eleição de 2008. Em 2010, o Congresso Nacional elegeu 43 deputados e deputadas negros, chegando ao índice de 8,5% de negros no Parlamento brasileiro. O PT continua sendo o partido que mais elege negros no país: nas eleições de 2010, elegeu quase a metade dos 14 parlamentares autodeclarados afros. Em seguida vem o PMDB e PRB, partido do ex-vice-presidente José Alencar, com seis eleitos. Já o PCdoB, quatro; e PR, PSC, DEM, PSB e PTB elegeram apenas um deputado cada.

Merece destaque no apontamento (Balanço eleitoral do voto étnico negro) feito pela Unegro – União de Negros Pela Igualdade – o fato de no PRB estar despontando uma geração de lideranças políticas negras oriundas de importantes grupos evangélicos, muitas delas, inclusive, ocupantes de cargos da alta cúpula das principais igrejas, como Igreja Universal do Reino de Deus e Evangelho Quadrangular.

Quanto ao mapa geopolítico, a Bahia, além de ter a maior população negra, também tem a dianteira no quesito de representação parlamentar, elegendo a maioria dos negros aos cargos de deputado federal, num total de sete, mesma quantidade de Maranhão e Rio de Janeiro. Na segunda colocação ficou Minas Gerais, com cinco membros para a 54ª Legislatura da Câmara dos Deputados. Para as Assembleias Estaduais, foram eleitos 39 deputados estaduais ou distritais, a maioria filiada ao PT, 14; PTB, quatro; PSB e PRB, com três deputados cada, quase todos com domicílio eleitoral na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro, estados que mais elegem deputados estaduais negros do Brasil.

Apesar do modesto crescimento de 3% da bancada negra ou afrodescendente – que pulou de 5% para 8,5% em 2011 –, com 43 deputados eleitos, a Frente Parlamentar da Igualdade Racial pode chegar a 220 deputados, número que mostra uma relativa força política do Movimento Negro para votar matérias de interesse da comunidade negra. De acordo com os pesquisadores Amaury de Souza e Nelson do Valle, os negros têm comportamento eleitoral diferente dos brancos. Por exemplo, em 1960 os negros votaram mais em Jango, o que comprova a vocação em votar em candidatos do campo trabalhista e populista.

Outros exemplos são as eleições de Brizola e de Benedita da Silva para o governo do Rio de Janeiro. Essa guinada deu-se acentuadamente a partir da Constituição de 1988 ao permitir o voto dos analfabetos, com o qual milhões de cidadãos negros foram alçados ao eleitorado. Contudo, o sociólogo Antonio Sergio Guimarães, autor do livro Classes, Raças e Democracia, ressalta que o voto étnico não é uma exclusividade da comunidade negra, pois já é utilizado pelos italianos, sírio-libaneses e portugueses. Porém, os 43 deputados federais de origem afrodescendente empossados em 1º de fevereiro comprovam que ainda é forte a segregação racial quanto à representação política brasileira, pois de todo o Congresso Nacional apenas 8,5% são compostos por negros, e há somente dois senadores da República de etnia negra.

Já a Frente Negra do Congresso Nacional, criada em maio de 2007, tem uma composição bem melhor e até certo ponto expressiva, 220 deputados e quatro senadores, sendo o PT o partido que mais possui membros, com 70 deputados, seguido pelo PMDB, com 44, o DEM com 12 e o PSB com 11. Os senadores dessa frente são oriundos do Bloco PT/PCdoB. No entanto, somente nove partidos políticos, dos 27 legalmente constituídos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), têm secretarias dedicadas aos negros ou de setorial afro. São eles: PHS, PT, PMDB, PDT, PTB, PRB, PSTU, PCO e PSDB, com o seu Tucanafro."

*Alexandre Braga é articulista, coordenador de Comunicação da Unegro (União de Negros Pela Igualdade) e tesoureiro do Fomene (Fórum Mineiro de Entidades Negras).
FONTE: www.vermelho.org.br

A velha solução esta sendo aplicada no Rio de Janeiro: a polícia.

Depois de duas décadas ouvindo os neóvitos especialistas afirmar que a polícia é inoperante, não resolve nada, chegou ao fundo do poço, é violenta, corrupta, e dezenas de outras ofensas a todas as corporações e a todos os policiais, hoje aplaudem "as soluções" encontradas no Rio de Janeiro. Nas televisões e nos rádios os neóvitos, especialistas, não graduados, graduados, mestres e doutore se esforçam para explicar o "sucesso da ação policial" como se ela fosse novidade.
Encolheram-se em suas teses que mais parecem soluções homeopáticas (nada contra a homeopatia na área de saúde), diante de uma evidência antiga: só a polícia continua entrando nas comunidades menos favorecidas e abandonadas pelo estado que não retoma social e dignamente essas áreas. Continua a polícia, agora com outro denominação, socorrendo às comunidades e enfrentando os criminosos.
Os programas sociais se arrastam e não chegam. As verbas são consumidas em diagnósticos e pagamento de serviços, não chegando às comunidades. As mudanças físicas e o estabelecimento de estruturas públicas de saúde, educação, esportes e tantas outras, não chegam junto com a UPP.
O Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, um programa de segurança pública, apesar do altíssimo investimento realizado, não tem recebido a contrapartida de municipios e estados. Escoram-se, mais uma vez, apenas no trabalho policial. Sem as ações sociais focadas na juventude que perambula por esses bairros a disposição de traficantes e criminosos, as UPPs e quaisquer ações policiais estarão destinadas a não solucionar aqueles problemas que não são de competência da polícia.
Pacto com governos estaduais e municipais já foram feitos através do PRONASCI. Mesmo assim esses entes não têm se comprometido em investir em ações que beneficiem jovens em vulnerabilidade social. Não aqueles que estão na escola, que estão dentro do sistema. Mas aqueles que estão visivelmente a beira do sistema prisional.

Resultados advindos do PRONASCI, 2008/09/10. Acreditem...

"Rio registra em 2010 maior queda de homicídios desde 1991 -31 de janeiro de 2011 • A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro divulgou nesta segunda-feira o balanço com dados sobre a criminalidade no Estado em 2010. De acordo com o secretário Mariano Beltrame, o Rio registrou no ano passado 4.768 homicídios dolosos (quando há intenção de matar), 17,7% a menos do que em 2009, quando foram registrados 5.793 casos - a maior queda anual desde que o balanço começou a ser feito, em 1991. Naquele ano, o Estado totalizou 7.518 casos.

Houve redução ainda nas notificações de roubo - 78.546 em 2010, contra 88.494 no ano anterior, o que representa queda de 21%. Entre o roubo de veículos, o Estado registrou a maior queda desde 1996 - 20%, de 25.036 para 20.052 casos.

Os latrocínios (roubos seguidos de morte) tiveram redução de 38,5% em 2010, passando de 221 casos em 2009 para 136. A secretaria também contabiliza queda de 18% nos chamados "autos de resistência" - como são registradas as mortes em confrontos com a polícia -, de 1.048 casos registrados em 2009 para 855 em 2010. É o menor número de mortos em confrontos desde 2001. O Instituto de Segurança Pública (ISP), responsável pelo balanço, não forneceu os dados de 2001.(Gabriel Macieira).


SÃO PAULO
Dados da secretaria de segurança mostram forte queda no número de homicídios nos últimos 12 anos. Já o número de furtos aumentou
São Paulo | 31/01/2011
A Secretaria de Segurança do Estado (SSP) de São Paulo divulgou nesta segunda-feira as estatísticas de violência relativas ao último trimestre de 2010. Segundo a SSP, o Estado atingiu o menor índice de homicídios desde 1999, quando entrou em vigor o atual sistema de coleta de dados. Na época, a taxa de homicídios estava em 35,27 homicídios dolosos para cada 100 mil habitantes e este ano chegou a 10,47.
Veja abaixo a evolução dos índices de criminalidade por 100 mil habitantes em São Paulo:
Ano Homicídio Doloso Furto Roubo
1999 35,27 1.073,39 604,33
2000 34,18 1.073,59 581,97
2001 33,23 1.171,02 584,94
2002 31,08 1.213,27 586,19
2003 28,29 1.392,67 641,57
2004 22,26 1.427,20 560,08
2005 17,71 1.414,19 555,24
2006 14,96 1.364,25 527,31
2007 11,89 1.277,17 529,38
2008 10,77 1.189,69 529,82
2009 10,96 1.271,04 617,34
2010 10,47 1.228,19 564,59
SSP

Em números absolutos, São Paulo teve 4.320 casos de homicídios dolosos em 2010. Em 1999, foram 12.818 casos. Segundo nota de secretaria, a forte queda nos homicídios pode ser creditada "a uma constante política de investimento em segurança pública".

De 2009 para 2010

Os latrocínios (roubos seguidos de morte) no Estado de São Paulo tiveram queda de 16,5% em 2010, na comparação com 2009. Conforme a SSP, o número de latrocínios caiu de 303 para 253. Além disso, roubo de veículos e de cargas, roubos em geral e, principalmente, roubo a banco, chamados de "crimes contra o patrimônio", apresentaram queda no número de ocorrências.

De acordo com a secretaria, os roubos a banco tiveram redução expressiva: foram 211 casos registrados em 2010 contra 253 no ano anterior, uma queda de 16,6%. Em relação a roubo de veículos, houve queda de 4,54% (3.262 casos a menos). O número de roubo de cargas registrados em 2010 diminuiu 6,2%, ou 482 casos a menos. Já os roubos em geral recuaram 9,47%, com 23.591 ocorrências a menos.

Já antecipado no fim de semana pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), o número de homicídios caiu 4,5% em relação a 2009: a taxa de 10,96 mortes por grupo de 100 mil habitantes baixou e atingiu a marca de 10,47 em 2010. De acordo com a secretaria, o recuo acumulado desde 1999, quando o índice era de 35,27 mortes por grupo de 100 mil, é de 70,3%. O média nacional de homicídios chega a 24,5 para cada grupo de 100 mil habitantes.

As tentativas de homicídios acompanharam a tendência de queda dos homicídios dolosos, com redução de 2,96%, com 153 casos a menos do que no ano anterior. Foram registradas 5.023 tentativas de homicídios em 2010, contra 5.176, em 2009.

Ao contrário de outros crimes, o número de ocorrências ligadas ao tráfico de entorpecentes cresceu e apresentou aumento de 9,09% em 2010, com 2.535 registros a mais em relação ao ano anterior. Segundo o levantamento, foram 30.421 flagrantes em 2010. Entre os crimes sem uso aparente de armas, os furtos apresentaram em 2010 queda 4,26%, com 22.530 casos a menos em relação ao ano anterior. O dado sobre furtos de veículos mostra redução de 4,32%, com 4.552 casos a menos.
* com informações da AE.

Curioso como a mídia, especialistas e gestores estaduais não conseguem perceber que a ação articulada e os investimentos do PRONASCI nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro permitiram a redução dos homicídios e demais crimes. Ao mercado da segurança pública não interessam bons resultados nem uma boa política pública.