"A polícia somos todos nós e infelizmente temos dificuldades para ver isso, porque tal como todos os outros males e todos os outros bens não individualmente determinados, somos nós que produzimos a polícia que temos - você e eu. Somos nós, como sociedade, que produzimos a polícia que temos. Se nós nos sacralizarmos, se nós nos mitificarmos, petrificarmos no distante, no inalcançável, como sociedade, se nós somos esta sociedade para todo sempre, então teremos sempre esta polícia. A polícia somos nós. O que significa que se queremos mudar esta instituição, se queremos transformá-la, se queremos que ela crie uma nova mentalidade, uma nova cultura, queremos que ela se afeiçoe não apenas às obrigações negativas, aos direitos, no sentido negativo; queremos que ela se afeiçoe também às obrigações positivas, às de ajuda, de salvação, de alimentação, de saúde, de educação, queremos que isso cresça como algo que está em nós, em cada um de nós e não nos outros. para isso, trazemos a sabedoria de outros países e também do Basil, porque nós queremos, humildemente, saber o que somos e aprimorar a nossa consciência enquanto relação com a nossa realidade. A conciência não é outra coisa que a sabedoria de si mesmo e da vida, onde o si mesmo se realiza, e a sabedoria da relação do si mesmo com a alteridade. Polícia é o ponto trágico e, no mínimo, dramático da relação do homem com o outro. Se a nossa polícia não se relaciona bem com o outro é porque nós, como sociedade, não nos realcionamento bem com o outro, o que é uma verdade muito transparente e muito fácil de ser percebida." José Paulo Bisol, Anais do Seminário Internacional Polícia e Sociedade Democrática,POA,2001.
E ainda existe gente que acredita que ele não sabia de nada. Fazia muitas provocações, mas tinha a exata noção do que estava sendo disputado. Seria bom que os empoderados de agora tenham cuidado ao tentar espezinhar sua lógica. Nosso poeta maior, Mario Quintana, já dizia: "O passado nunca conhece o seu lugar. O passado está sempre presente."