A violência no Brasil não acontece porque a polícia é boa ou má. Ocorre porque a população não esta muito preocupada com esses crimes.

Graças ao desejo de aparecer de quem comanda as investigações sobre o assassinato de uma família de policiais paulistas, um dilema foi criado junto da população que gosta do noticiário policial: teria sido o menininho loirinho quem eliminou a família de maneira profissional? Uma série de questionamentos são levados as redes sociais e explorados nos escandalosos programas televisivos policiais duvidando da indicação do delegado porta voz da investigação.
 
Manchetes que têm exaurido os noticiários.
 
Impressiona a forma descuidada, amadora, quando não proposital que  investigações deixem de circular no meio policial e passam a ser apuradas por jornalistas e curiosos que elaboram teses e opiniões criando uma boataria sem fim e tratando crimes bárbaros como se fossem situações banais e aceitáveis, ou, quem sabe, de pouca importância.
 
As mortes por violência (armas) ocorridas no Brasil, entre 1980 até 2010, segundo Mapa da Violência 2013 do Instituto Sangari, que baseia suas informações pelos dados do Ministério da Saúde, contam com um "total de 799.226 cidadãos vítimas de armas de fogo."
 
Nem por isso a investigação de tais crimes é tratada com seriedade. A mídia atrai os policiais, em especial delegados e oficiais das policias militares, a serem fontes da especulação.
 
A população, de forma inconsciente, acompanha, participa e ingressa nesse processo doentio de considerar esses crimes hediondos como naturais.
 
A violência no Brasil não acontece porque a polícia é boa ou má. Ocorre porque a população não esta muito preocupada com esses crimes já que tendem atingir a população mais pobre, com menor capacidade econômica.
 
Se estivesse preocupada com o número estrondoso de assassinatos estaria nas ruas buscando novos instrumentos para reduzir drasticamente esse número de crimes. Ao contrário: imputa a polícia a violência esquivando-se de mobilizar-se para que o Brasil modifique a cultura da violência.
 
As autoridades brasileiras, principalmente na esfera federal, desconhecem alternativas e não têm força suficiente para enfrentar tal questão. Gestores estaduais e municipais só desejam dinheiro para investimentos inadequados buscando resultados políticos, ao invés de ações dirigidas a redução da cultura da violência.
 
A vida deixa de ser o bem mais querido pelos cidadãos brasileiros porque não querem admitir que precisam mudar a forma de se portar em sociedade. Aprecia apontar os problemas dos outros e ignorar sua forma de vida.