É certo que os brasileiros têm
dificuldade para discutir as questões de segurança pública e o serviço de polícia. A
população mais carente sempre se viu as turras com o trabalho da polícia
ou a falta dele, em suas comunidades abandonadas pelo poder público.
Também é compreensível que os
ocupantes eventuais de cargos públicos-político queiram eternizar-se no poder travestidos de autores das benesses realizadas com o
dinheiro público. Esta necessidade de agarrar-se aos cargos faz com
que passem a agir e manifestar-se de forma "politicamente
correta". Cuidadosos para não atingir os direitos nem os desmandos daqueles
que desrespeitam, costumeiramente, as leis.
Os administradores públicos
brasileiros, frente à frenética competição fiscalizatória da
mídia, estão perdendo a coragem e os referenciais do que pode ser certo ou
errado. Tudo esta sendo aceitável escudado na desculpa de que "o direito
de manifestação deve ser respeitado”. Mesmo que esses direitos estejam extrapolando
os limites do bom senso e ferindo direitos alheios.
A "frenética competição
fiscalizatória da mídia" não esta fundada no direito de informar. Mas
no direito de emitir opinião e expor, sem a mínima responsabilidade,
versões que justifiquem uma manchete, mesmo que para isso a vida e a honra das
pessoas sejam prejudicadas, já que a retratação, quando ocorre, acontece num
espaço insignificante.
"Nossa preocupação é que não ocorram atos de violência, de
vandalismo,
que possam inclusive macular
essas manifestações legítimas".
A frase
pode ser lida no site G1, internet, com o título "Ministérios
iniciam 'caravana da segurança' nas cidades-sede da Copa.", 29/01/14,
pronunciado por uma autoridade que deveria estar tranquilizando à população que as
forças policiais estarão preparadas para garantir os eventos.
O
Brasil tem assistido um festival de violências praticadas por bandos
desorganizados e organizados, sedizentes "protestadores por melhoras"
e por "seriedade com o trato da coisa pública". A marca registrada
desses nobres é o quebra-quebra, queima de ônibus, saques em agencias
bancárias, empresas, hotéis, e qualquer coisa que lhes apareça pela frente.
Nesta semana ousaram, numa demonstração de coragem e desprendimento, tocar fogo
num "fusquinha" para mostrar
que o Brasil precisa mudar.
No
final de cada evento criminoso dessas turbas resta a mídia informativa e
deformativa seu tema predileto: os excessos da polícia. Especialistas de araque
são convocados para dizer que a polícia errou, é criminosa, tem que ser mudada,
etc. etc. etc.
Nesses noticiários mostram imagens de confrontos
que ocorrem em outros países, alguns muito mais desenvolvidos que o Brasil. As forças
de segurança usam seus equipamentos e, principalmente, a força para conter os
excessos, ocupações e a desordem pública. Nenhum comentário é feito sobre o possível
despreparo daqueles pelo uso da força ou da violência.
A mídia e as
autoridades brasileiras, porém, esmeram-se em críticas às polícias acusando-as
de não saberem conter manifestações. E, curiosamente, as autoridades políticas,
responsáveis pelas forças policiais, não têm coragem de posicionar-se com
firmeza, com segurança, mostrando que os excessos devem ser reprimidos para que
as pessoas que vivem nas cidades, que trabalham e que têm outra forma de
protestar não sejam vitimadas por esses pilantras travestidos de rebeldes.
Manifestações
legítimas ou ilegítimas não podem conter excessos que firam o patrimônio e o
direito das pessoas. O crime não é justificável pela má gestão do dinheiro
público ou pelo abandono que as pessoas têm recebido dos governantes. O crime
deve ser punido com rigor para que os jovens não fiquem acreditando que um País
se organiza através das badernas que eles mesmos dizem estar enfrentando.
Ou começamos
a respeitar as instituições policiais brasileiras ou só restarão as forças armadas para constranger os
direitos daqueles que acreditam que desordem e arruaça são sinônimas de
liberdade.