A futilidade dos temas tratados pela mídia impede o debate sobre os índices absurdos de homicídios no Brasil. Assistimos assassinatos com a mesma naturalidade que observamos um filme policial, onde as mortes são soluções heróicas de mocinhos e bandidos.
Os governantes e especialistas, incapazes de romper este ciclo, repetem soluções policiais como se alternativa possível para a mudança da cultura de um povo. Ao invés de estruturar os serviços básicos de atendimento à população continuam investindo em eventos dispendiosos cooptando parte da sociedade e dos comandos policiais. Falta dinheiro para estruturar os serviços de atendimento direto as comunidades mas não falta para a realização de pesquisas sobre a violência, como se ainda não soubessem das deficiências e índices, nem para a compra de helicópteros (cada polícia tem que ter o seu) e equipamentos de última geração que servem para desfiles.
Não existem campanhas educativas e preventivas permanentes que alertem as pessoas e os jovens sobre a escalada da violência e necessidade de mudar a conduta agressiva que nos caracteriza. É o que demonstramos quando estamos no trânsito, nos bares, nas atividades sociais, etc.
Enquanto isso as pessoas estão abandonadas nas escolas, nos bairros, nas vilas e nas metrópoles, a própria sorte. Portanto nenhuma surpresa que o Brasil seja um dos líderes de homicídios no mundo. Aqui, culturalmente, ainda acreditamos que a morte é a solução.
A notícia
A organização não governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal divulgou um estudo relacionando as 50 cidades mais violentas do mundo em 2013, dentre aquelas com mais de 300 mil habitantes. Delas, 16 são brasileiras, sendo 09 na Região Nordeste, incluindo oito capitais.