A hipocrisia esta tomando conta de nossas mentes. A coragem de pensar e de manifestar uma posição sobre algumas questões tem constrangido nossos ouvidos. Para mim, a grande piada do momento, de forma direcionada, é a desculpa de que os chamados "rolezinhos" são uma manifestação dos jovens pobres ante a existência, não tão nova, dos shoppings frequentados, predominantemente, pela minoria abastada deste país e, em especial, por pessoas da raça branca.
Alguém acredita que o governo e a sociedade irão melhorar a periferia porque os "rolés" acabarão com a discriminação e o preconceito dedicado aos mais pobres? Os desafortunados (sem mesada) e a maioria dos negros brasileiros sempre foram vistos "com muito cuidado" por alguns frequentadores, comerciantes e seguranças de shoppings. Agora então, a partir dessas "bagunças" passarão, como nunca, a serem ainda mais acompanhados.
Correria, socos, chutes e saques nunca foi manifestação popular. Até porque as pessoas não são tão valentes assim: escondem-se umas atrás das outras e no anonimato. Ao primeiro revés choram, gritam, pedem socorro e ainda vão reclamar do SUS.
Alguns "maquiavélicos" (inteligentes e maldosos) afirmam que os "rolezinhos" não devem ser proibidos. Os jovens, que tanto motivos alegam para exigir respeito a seus direitos, não podem acreditar que, por serem jovens, estão livres para atropelar a ordem que beneficia a todos. Pouco importa se em ricos shoppings ou em bailes funk.
Curioso que temos ouvidos essa defesa de gente da direita, da esquerda, do judiciário, da OAB... Gostaria de saber porque este povo não se une para realizar mutirões e ações governamentais que dignifiquem bairros e vilas estruturando-os com quadras esportivos, eventos culturais e sociais, postos de saúde, escolas e tantas outras alternativas que mudariam a vida da maioria dos jovens desocupados.
É que na prática sabem que a polícia, e até a segurança privada, no cassetete, irá resolver a questão até que a moda termine. Ai voltamos aquela discussão estéril que dá lucro: temos que mudar a polícia.