A primeira fase do projeto de reformulação das delegacias da Polícia Civil de São Paulo começou nesta segunda-feira, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. As delegacias passarão a registrar, além de crimes, reclamações de moradores.
A reformulação foi definida após levantamento que indicou que, muitas vezes, a vítima não comparece à delegacia para registrar uma ocorrência. E, quando comparece, enfrenta demora no atendimento e encontra policiais desmotivados.
As mudanças serão implantadas primeiro nas delegacias da zonas norte e leste da cidade de São Paulo, que passarão por readequação e treinamento.
Em seguida, será a vez das zonas sul, oeste e central. A previsão é de que no dia 1º de agosto o projeto esteja implantado em toda a cidade.
ATENDIMENTO
O projeto prevê que os 93 DPs da cidade fiquem abertos 24 horas. As delegacias terão um remanejamento de funcionários para que, nos horários de pico, uma equipe reforçada diminua o tempo de espera para o registro de ocorrências.
Com a mudança, as delegacias também receberão queixas não relacionadas a crimes, como de falta de luz, de água, casos de TV com defeito e até mesmo reclamações sobre separações amorosas. A polícia vai registrar qualquer tipo de reclamação de moradores, e, dependendo do caso, poderá encaminhá-las aos "órgãos competentes" --como Eletropaulo, Sabesp, Procon ou prefeitura.
Além disso, poderão ser feitos boletins de ocorrência pela internet para comunicar acidentes de trânsito sem vítimas --hoje, isso é feito pessoalmente em delegacias ou unidades da Polícia Militar.
No novo sistema, a pessoa poderá registrar a queixa pela internet, no computador da delegacia, por escrito --em formulário próprio-- ou com ajuda de um policial. Segundo a polícia, a mudança não vai atrapalhar o registro das ocorrências criminais.
O pacote de mudanças inclui a criação de um serviço de SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão) da Polícia Civil, que vai receber reclamações 24 horas, alteração na carga horária de trabalho dos funcionários, reforço nos horários de pico, entre outros.
ENTRADAS
A reformulação também vai promover mudanças físicas nas delegacias seccionais. Cada uma terá duas novas centrais: uma para os trabalhos de registro de ocorrência e investigação e outra para apresentação de presos em flagrante.
O objetivo é que as delegacias fiquem à disposição exclusiva da população --haverá entradas separadas para o público e para os policiais apresentando presos em flagrante.
Nota: a Polícia Civil de São Paulo, finalmente, sai da mesmice. Ha décadas se tem conhecimento de que o serviço de plantão é o chamado "cartão de visita" desta corporação. Grande parte da população que necessita do serviço da polícia civil procura o plantão policial. Por um equívoco histórico, seus dirigentes não valorizam o serviço de plantão. Lotam naquele espaço servidores desmotivados que apresentam problemas noutros setores ou que não mais se interessam pela atividade. Eles é que passam a ser referência da população sobre o serviço que é prestado. Enquanto isso, os dirigentes da polícia imaginam que os burocráticos e infindáveis inquéritos policiais é que são o carro chefe da corporação.
É necessário formar e capacitar os servidores para as relações que necessitam desenvolver no plantão objetivando atender à população e prestar-lhes um serviço de qualidade. A PC de São Paulo, felizmente, percebeu que a verdadeira relação comunitária passa pelos serviços de plantões bem organizados e acessíveis à população. Torço para que outras PCs sigam o exemplo paulista e selecionem e capacitem seus plantonistas. É só tirar gente que esta escondido na burocracia e deixá-los por algum tempo no serviço de plantão.