O assassinado de um juiz, para seus familiares e amigos próximos, é um desastre irrecuperável. Para seus colegas de trabalho uma triste sensação de estar ao alcance da violência, como qualquer outro cidadão brasileiro.
Qual seria o tamanho exato da comoção nacional diante da morte de um juiz, policial ou qualquer outro servidor que, por dever de ofício, enfrenta a violência e a criminalidade? Ou, ainda, frente a morte de crianças, adolescentes, adultos, homens e mulheres vitimadas pela violência da qual não deram causa?
Claro que não é possível desconhecer que ser juiz de direito na estrutura social brasileira, garante infindáveis condições para que não se exponha a violência e a criminalidade.
É público que ao Poder Judiciário não faltam verbas para gestão de seu pessoal. Qualquer cidadão sabe que este Poder requer e determina às forças policiais e políticas todo e qualquer providência que avalie necessária. Por quê então esses crimes ocorrem? Seriam decorrentes de falhas administrativas ao não estrutur garantias a seus profissionais? Ou disputas internas que não chegam ao domínio público?
A morte de policiais e de outros servidores que fazem o entrentamento direto (operacional) do crime sempre é justificado pela inevitável exposição para a execução do trabalho. Por mais que eles se cuidem precisam estar nas ruas e prender ou notificar pessoalmente os criminosos. A mesma exposição não têm juízes ou promotores. Estão resguardados pelo sistema legal além de condições especiais que, se corretamente executadas, nao o deixarão expostos.
A comoção nacional decorrente da morte de uma juiza do Rio de Janeiro, demonstrada através da cobertura midiáticas, nos leva a concluir que o Poder Judiciário é o único responsável pela falta de segurança e exposição de seus profissionais. Além da lentidão em julgar e ser presente nos momentos mais cruciais da vida dos cidadãos envolvidos em demandas jurídicas, criminais ou civis, também se ausenta no zelo à vida de seus julgadores.
Portanto, mesmo que não tenha sido chamado para me manifestar sobre o caso, acredito que deve ser exigido do Poder Judiciário a mesma agilidade e eficiência que são cobradas dos demais serviços públicos. Assim como os policiais devem atuar com o necessário cuidado para não serem vitimados, responsabilidade própria e de suas corporações, devem os juízes ter clareza de que não estão acima do bem e do mal, e, como seres humanos, quando distante de seus fóruns, devem ter o cuidado que temos a qualquer momento.