Fronteiras brasileiras e as polícias estaduais

É incompreensível que os gestores públicos, federal e estaduais, não se apercebam que em nossas cidades fronteiriças os policiais estaduais trabalham com um número insuficiente de profissionais. Não são preparados para o tipo de criminalidade que lá ocorre, estão desequipados e sem receber qualquer incentivo para ampliar sua atuação. Os gestores insistem em anunciar "velhas" medidas como alternativas para novos resultados, o que acaba não ocorrendo. Investimentos na Polícia Federal e intercâmbio com polícias de Países vizinhos são necessários, mas insuficientes para novos resultados. Mais do mesmo. Ao visitarmos qualquer cidade brasileira de fronteira encontramos policiais estaduais desmobilizados, sem capacitação permanente, sem nenhum incentivo financeiro funcional decorrente do local e da atividade que exerce. Ao contrário deles, outros profissionais do serviço público recebem bônus por essa lotação. São esses os policiais que têm conhecimento da criminalidade local, principalmente nas fronteiras secas. O tráfico de armas, drogas, o contrabando e o descaminho poderiam sofrer um grande revés se os policiais estaduais lotados em municípios fronteiriços recebessem capacitação especial e bônus por exercer suas atividades. Também injustificável que o número de policiais nessas localidades não seja aumentado como forma de estabelecer um cinturão seguro que impeça a circulação dessa criminalidade pelas cidades. Não se pode esquecer que do lado de cá da fronteira existe uma cidade brasileira onde atuam as policiais estaduais. Portanto, como se sabe, não se trata apenas de responsabilidade da polícia federal ou das forças armadas, mas, principalmente, das polícias estaduais. Certamente uma solução bem mais econômica e efetiva.