MP x PF e PC

"A CPI do Cachoeira reacendeu uma batalha travada há anos nos bastidores entre procuradores e policiais no País. O motivo é a tramitação, em passo acelerado, da PEC 37, proposta de emenda constitucional que tira poderes do Ministério Público e dá exclusividade de investigações às Polícias Federal e Civil. Hoje, o MP pode conduzir investigações e não aceita em nenhuma hipótese perder o controle hierárquico dos inquéritos.


Os dois lados radicalizaram nos ataques e o conflito já ameaça o resultado das investigações. A crise atingiu grau elevado nos últimos dias com declarações dos delegados das operações Vegas e Monte Carlo, que acusaram o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e sua mulher, Cláudia Sampaio, de “segurarem”, em 2009, o primeiro inquérito com provas que ligavam o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) à quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira.


“O MP fica com esse discurso totalitário, imperial, mas o fato é que mal realiza suas tarefas e não tem preparo técnico-científico para comandar investigações nem treinamento para enfrentar bandidos na rua”, disse o delegado Marcos Leôncio Ribeiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais. “O monopólio da investigação pela polícia afronta o estado de direito”, rebateu o procurador Alexandre Camanho de Assis, presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.


Blog: é um espetáculo de disputa. O Ministério Público e a PM querem investigar. Articulam-se afirmando que a PC não soluciona os crimes ocorridos no Brasil e agora o  MP inova afirmando que a função constitucional da polícia civil "afronta o estado de direito." Convenhamos, sem entrar no mérito, o argumento do representate dos Procuradores é deveras curioso e insustentável. Disputar os serviços de policiamento preventivo, que evitem a ocorrências da violência, ninguém tem interesse em ampliar e disputar. Policiar e garantir a vida das pessoas moradoras em bairros onde a violência apresenta índices elevados ninguém deseja também.