Marcio Thomaz Bastos, Tarso Genro e José Eduardo Cardozo

"Cardozo critica o corporativismo de juízes, promotores e agentes de segurança pública."
Mesmo tentando respeitar a autoridade do atual Ministro da Justiça não há como deixar de perceber  a diferença entre sua atuação e a postura dos ministros da justiça que o antecederam no governo do ex-presidente Lula. Com uma carreita legislativa o atual ministro "denuncia" o corporativismo dos profissionais da área de justiça e polícia, como se tal fato fosse responsável pelo estado de insegurança que vivemos. Esquece o nobre ministro, que apenas agora se debruça sobre as questões de polícia e segurança pública, que os governos e governantes têm sido, por seu corporativismo, obstáculos para a modernização das atividades policiais. Pagando salários ridículos para a complexidade das atividades que executam os policiais, financiando melhorias que não atingem os serviços policiais existentes a mais de cinquenta quilômetros das capitais dos estados, esperam que policiais e suas corporações operem milagres no controle e na redução da violência e da criminalidade.
O poder de polícia que está a imaginar poderia, quem sabe, modificar às condições miseráveis de vida a que estão submetidos nossos jovens que são as maiores vítimas e autores de crimes. O Brasil enquanto não tratar a questão de segurança pública como merecedora de um ministério da segurança, composto de profissionais de segurança, continuará dependendo do ministério da defesa que tem, por afinidade de atribuições, mais competência do que o ministério da justiça para tratar de segurança pública.
"O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (12) que o comportamento político de juízes, promotores, policiais e outros agentes de segurança pública atrapalha a solução dos problemas da área. Para Cardozo, o corporativismo e o “jogo de empurra” dos grupos organizados colaboram para o aumento da criminalidade e para a “desintegração federativa” no tratamento das questões de segurança.
“Vivemos um 'jogo de empurra' em que as pessoas, em vez de assumir responsabilidades, buscam culpados. Nossos agentes públicos colocam interesses corporativos acima dos interesses públicos”, denunciou o ministro, destacando que essa é uma situação generalizada. Cardozo fez as críticas ao comentar os resultados de um mutirão nacional iniciado no ano passado para resolver milhares de casos de homicídios que estavam sem resposta.
Após participar de evento no Conselho Nacional do Ministério Público, o ministro disse ser improvável que a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) entrem greve durante a Conferência Rio+20 porque as duas categorias sabem da importância que o encontro representa para o país. “Eles saberão diferenciar suas reivindicações sindicais, que serão negociadas em momento oportuno, daquilo que é importante”.
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais, que representa cerca de 13 mil associados, não há qualquer indicativo de greve da categoria. Por outro lado, diversos setores do serviço público federal iniciaram paralisações em todo o país cobrando aumento salarial e melhorias nas carreiras."