O ‘cala boca’ mineiro de Ronaldinho Gaúcho

Como gosto de futebol e de ver bons jogadores praticando sua arte sempre incomodou-me a postura de dirigentes de futebol (empresários) que, eles sim, sem nenhuma arte, a não ser o interesse financeiro, constrangem esses rapazes humildes que se sobressaem no futebol brasileiro. Pobre daqueles que ousam olhar de frente para tais dirigentes.
Ronaldo ou Ronaldinho Gaúcho foi embora do Grêmio porque seus dirigentes, muito amadores, não souberam interpretar uma legislação. Não querendo admitir a bobagem que fizeram o acusaram  de mercenário tentando se passar como "santas imaculadas". No segundo evento, sem estratégia para atrair o atleta e seu empresário (o irmão), montaram uma cena com a mídia julgador gaúcha, induzindo a execração do jogador. Como se ele não tivesse direito, como profissional, de procurar o melhor emprego.
Vibro com a pseudo superação de Ronaldinho que mostra aos julgadores primeiros que sua arte é própria e que, em condições favoráveis, pode realizá-la. Prefiro os jogadores que têm uma vida normal, pela qual pouco me interesso, aqueles regradinhos que não jogam coisa alguma. Vide seleção brasileira. Não esquecendo que Ronaldinho é negro e de origem pobre e como tal, por alguns, assim sempre será visto.

A notícia     

 
"Sair de um clube como o Flamengo brigado é a mesma coisa que ter milhões de inimigos da noite para o dia. Significa que você será cobrado por gente de todo o tipo e de todos os setores —inclusive a mídia. Somado à bronca da torcida do Mengão temos ainda a massa gremista que julga que ele traiu o local onde despontou para o futebol.
Ronaldinho tem sido um dos nomes da ótima campanha do Atlético no Brasileiro (Agência Estado)
 
Essa é a realidade de Ronaldinho Gaúcho. R49 ainda viu no dia em que iria estrear no clássico maior de Minas Gerais sua intimidade ser escancarada pelo jornal Estado de S.Paulo. Conforme notícia publicada no jornal, o craque promove festas embaladas ao som de funk e cinco mulheres para cada homem. Elas seriam 'importadas' de Santa Catarina e cada uma recebia em média R$ 3 mil para participar do regabofe do Gaúcho.
 
Ainda segundo a publicação, depois de curtir uma dessas baladas ele chegou atrasado na concentração do time e foi devidamente enquadrado por Cuca e o presidente do Galo, Alexandre Kalil. Sou contra a patrulha que alguns setores da mídia insistem em fazer na vida particular de jogadores do futebol. Mesmo se a possível rotina desregrada prejudique o atleta dentro de campo. Esse tipo de postura cabe ao dirigente esportivo e não a profissionais de jornalismo.
 
Enfim, escrevo tudo isso para dizer que nesse cenário, Ronaldinho Gaúcho fez uma grande partida e marcou um dos gols mais bonitos de sua carreira no clássico de Minas Gerais. Uma pintura. Daqueles gols que ficarão marcados na retina de muita gente.
 
O clássico teve muita polêmica em torno da arbitragem com troca de árbitro em cima da hora e gol do Cruzeiro aos 56 minutos do segundo tempo. No entanto, seria injusto destacar isso. Ronaldinho Gaúcho merece toda atenção desse jogo. Até por que (mesmo com toda a rivalidade) o placar do jogo não mudou muita coisa na tabela. O Galo segue soberano na ponta e seu torcedor pode se beneficiar de algo praticamente inédito: um Ronaldinho Gaúcho querendo se provar. Como se alguém com o seu passado glorioso precisasse provar algo para alguém."