"O fato de o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deixar para reapresentar o pedido da decretação imediata da prisão dos condenados no processo do mensalão ainda esta semana, ou seja, dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) entrar em recesso, está sendo entendido no meio jurídico como uma manobra.
Tivesse apresentado o pedido durante o julgamento, certamente ele seria analisado em plenário pelos dez ministros que hoje compõem a corte, com fortes chances de a pretensão não ser acolhida.
Deixando para apresentá-lo no recesso, o pedido acabará submetido à analise individual do presidente do Supremo, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, que reconhecidamente tem tido posições mais duras com relação aos réus.
Legalmente, nada o impede de apreciar o pedido e decidir, inclusive, assinando os mandados de prisão.
Mas, sem dúvida que, se ocorrer tal decisão, ela será vista nos meios jurídicos como uma “manobra” acertada previamente. Mesmo que ela não tenha sido armada, como sempre ocorre em política, a versão (ou suposição) prevalecerá sobre o fato em si." Jornal do Brasil. Marcelo Auler